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TCEMG fala sobre judicialização da saúde em audiência pública

22/09/2022

Foto: Felipe Jácome
Mais de 50% dos gastos com medicamentos feitos pelo Governo de Minas Gerais no ano passado decorreram de decisões judiciais. A informação foi apresentada pelo analista de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), Guttemberg Quinoca, durante a Audiência Pública sobre o “Fornecimento de Medicamentos pelos entes federados”, realizada no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), nesta quinta-feira (22), com o tema “A Judicialização e o Direito à Saúde – Fornecimento de Medicamentos e Insumos pelos Entes Federados”. 
 
O analista de Controle Externo informou que o gasto total com os medicamentos pelo estado foi cerca de R$ 576 milhões, e que, R$ 304 milhões (52%) foram por meio de decisões judiciais. Os outros R$ 272 milhões gastos, ocorreram por iniciativa do próprio estado. “Isso pode decorrer de diversos motivos, como por exemplo a necessidade urgente do cidadão, que não pode esperar pelo regular processo de fornecimento de medicamentos pelo executivo e até mesmo em razão da busca de medicamentos que não se encontram registrados na Anvisa [Agência de Vigilância Sanitária]”, comentou. 
 
Segundo Guttemberg Quinoca, foi apurado pelo TCEMG que as metas físicas e financeiras de 2021, para o atendimento de medidas judiciais no âmbito da saúde, eram de 50 mil pacientes e a previsão inicial de despesa era cerca de R$ 260 milhões. No entanto, o ano fechou com um crescimento de 241% nos gastos do Estado para o atendimento de ordem judicial. A análise aponta que a previsão inicial, de R$ 260 milhões, chegou a R$ 627 milhões empenhados. Ainda segundo o analista do TCE, houve um aumento na meta física, saindo de 50 mil pacientes para cerca de 63mil.
 
“Outro dado interessante é ao compararmos os gastos da saúde em decorrência de decisão judicial, foi apurado que os gastos para o cumprimento de decisões judiciais passaram para de R$245 milhões em 2020, para R$627 milhões empenhados em 2021”, informou. 
 
O evento - A audiência teve o objetivo de promover uma abordagem técnica sobre o fornecimento de medicamentos e insumos de saúde que não constam na “relação nacional de medicamentos”, que é uma lista de remédios que deve atender às necessidades de saúde prioritárias da população e também o acesso à justiça dos pacientes que necessitam destes insumos, levando em consideração a delimitação de competência das Justiças Federal e Estadual. 
 
Felipe Jácome/Coordenadoria de Jornalismo e Redação