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Conselheiro Substituto Hamilton Coelho parabeniza Tribunal pela participação na final do Prêmio Innovare

26/10/2016

Durante a sessão da Primeira Câmara do TCEMG, realizada nessa terça-feira, 25 de outubro, o conselheiro substituto Hamilton Coelho fez um pronunciamento sobre a participação do Suricato no Prêmio Innovare. Leia a íntegra:

Senhores conselheiros,

Há poucos dias, Sua Excelência o presidente Sebastião Helvecio encaminhou a mim – e certamente aos demais conselheiros aqui presentes – circular de agradecimento pela colaboração e apoio aos projetos por ele desenvolvidos nesta Casa, entre os quais se inclui o Suricato, ferramenta de controle moderna, prestes a ser aclamada nacionalmente no âmbito do Prêmio Innovare, principal instrumento de avaliação da administração da Justiça, e por que não dizer, da Administração Pública brasileira, em cuja comissão julgadora se incluem os maiores cientistas jurídicos do país.

No entanto, senhores conselheiros, parece-me que o agradecimento tomou o sentido contrário do que deveria: todos nós deste Tribunal, e principalmente a sociedade mineira, que confia e aguarda resultados sólidos da Instituição, que cabe agradecer a coragem, o empenho e a antevisão de sua excelência na implantação desse ambicioso projeto.

E aqui julgo necessário tecer um breve comentário acerca de sua trajetória até este ponto: talvez mais do que qualquer um dos integrantes deste Tribunal, o presidente Sebastião Helvecio acumulou experiência em Administração Pública ao longo da vida. Secretário de Estado, legislador, sanitarista, constituinte, acadêmico, entre diversas outras, são algumas das missões cumpridas enquanto homem público.
A eleição para presidente do Tribunal de Contas, portanto, poderia ser vista como um coroamento, um merecidíssimo prêmio a celebrar a marcante carreira pública, uma oportunidade de aplicar a larga experiência acumulada na continuidade e no aprimoramento das ações inauguradas por seus também brilhantes antecessores.
Contudo, surpreendendo a alguns, embora não os que o bem conhecem, sua excelência optou não por atuar com os olhos postos no passado, mas sintetizou aquela rica experiência de modo a servir ao presente e ao futuro, valendo-se dos recursos à disposição do Estado contemporâneo. Antevendo o futuro como só aqueles que bem conhecem a história são capazes, percebeu que a produção ou a aquisição da informação não são mais o grande desafio do controle externo: a forma de articulá-la é o principal trunfo dos órgãos de fiscalização.

O Suricato não mobiliza grandes equipes e veículos, não gera copiosos relatórios de inspeção, não precisa ir fisicamente até cada rincão do nosso vasto Estado: vale-se do poder de trazer para si a informação, amplamente disponível nesta era digital, apenas aguardando ser articulada de maneira inteligente.
Posso, por experiência própria, atestar que o Suricato já deixou de ser um “projeto”: trata-se de uma ação com resultados concretos, palpáveis, visíveis ao contribuinte. Recentemente, em um processo de minha relatoria, a sua malha de controle detectou a aquisição, por preço superior ao teto de referência, de medicamentos destinados a hospitais militares. Uma vez quantificado o sobrepreço, a autoridade responsável foi cientificada, conforme o trâmite procedimental de praxe. Contudo, em lugar de apresentar justificativas, o gestor convocou o laboratório fornecedor e lhe expôs o achado do Suricato, esclarecendo tratar-se de provável dano ao erário. Conseguiu, com isso, celebrar acordo nos termos do qual o valor correspondente ao sobrepreço seria integralmente restituído à Administração pelo particular.

Note-se que nenhum servidor foi mobilizado para escrutinar os arquivos do órgão, nenhuma advertência ou astreinte foi imposta ao responsável, não foi necessário que o feito se estendesse por anos – e distintos setores da Casa – até que o dano ao erário fosse finalmente reparado: o prejuízo à Administração foi reposto de forma célere, econômica e transparente.

Este, senhoras e senhores, me parece o controle externo do futuro, e hoje tenho a satisfação de constatar que não me encontro só: o Prêmio Innovare, como indica o próprio nome, tem por fim chamar a atenção da nação para os lampejos do porvir, as boas soluções que, por seus próprios méritos, nortearão a conduta dos tribunais nos anos vindouros. Tenho a convicção de que a disputa do Suricato pelo primeiro lugar, portanto, não poderia ser mais justa e mais alentadora para o controle externo brasileiro.

Dispor de uma ferramenta como o Suricato é motivo de orgulho, senhores conselheiros, não apenas para nós relatores como para todos os colaboradores desta Instituição. É a todos nós, portanto, que toca agradecer o futurismo e o compromisso do presidente Sebastião Helvecio com o Tribunal de amanhã. Muito obrigado!