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De 853 municípios, apenas três possuem secretarias específicas para segurança alimentar

20/10/2025

Foto: Agência Brasil/Arquivo

O estudo “Segurança alimentar nos municípios de Minas Gerais: análise de governança, adesão a programas e infraestrutura”, da série “Conhecer para Fiscalizar”, do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), identificou que somente três administrações municipais mineiras – Belo Horizonte, Fruta de Leite e Itabira – contam, atualmente, com secretarias dedicadas exclusivamente à segurança alimentar.

 
Os dados foram verificados a partir de informações do Sistema Informatizado de Contas dos Municípios (SICOM). No ano passado, apenas Fruta de Leite possuía uma pasta específica para cuidar do tema. Belo Horizonte e Itabira se juntaram ao grupo neste ano, com adoção de estrutura semelhante.
 
A criação de estruturas administrativas próprias, conforme o estudo, é vista como um importante passo para garantir a continuidade e o monitoramento das políticas públicas. A existência dessas unidades específicas para segurança alimentar, por exemplo, “sinaliza que o município está comprometendo verbas diretamente para essa política, tornando-a uma prioridade. Sem essa estrutura, a segurança alimentar pode acabar sendo um subitem em orçamentos maiores, como o da assistência social ou da saúde”, consta no levantamento.
 
A ausência de unidade orçamentária específica em quase a totalidade dos municípios sinaliza, entre outros aspectos, que “os recursos destinados à segurança alimentar são diluídos e vulneráveis a cortes”, ressalta o relatório.
 
 
 

Fundos municipais
 
Além das secretarias, a equipe técnica identificou 18 Fundos Municipais de Segurança Alimentar em 2025, nas seguintes cidades: Além Paraíba, Araxá, Barbacena, Belo Horizonte, Buritis, Contagem, Coronel Fabriciano, Diamantina, Fruta de Leite, Ipatinga, Itapecerica, Joanésia, Juiz de Fora, Lavras, Marilac, Nova Serrana, Raul Soares e Vermelho Novo. Em 2024, eram 17, com exceção apenas de Diamantina, que entrou neste ano.
 
Um dos problemas da falta desses fundos é a limitação do financiamento contínuo da política, o que a deixa dependente de repasses eventuais. “Sem orçamento específico, as iniciativas dependem de projetos pontuais, o que impede a construção de uma política pública sólida”, enfatiza o relatório.
 
De todo modo, ponderam os analistas do TCEMG, mesmo sendo ainda bastante restrita, a presença dos instrumentos indica ‘algum grau de institucionalização da política’, o que não deixa de ser positivo.
 
 


Integração

O estudo elaborado pela Suricato conclui que os bons resultados em segurança alimentar dependem de uma urgente integração entre setores, além de coordenação interinstitucional.

“A efetividade da política pública de segurança alimentar depende da articulação entre diferentes setores e da alocação adequada de recursos”, destaca o documento.
A recomendação do TCEMG é que as administrações municipais incorporem o tema como componente estratégico de políticas públicas, alinhando ações de educação, saúde, agricultura e assistência social. O relatório também aponta que é essencial a cooperação entre poder público, sociedade civil e iniciativa privada, sobretudo para ampliar o alcance adequado das políticas de alimentação em Minas Gerais.
 
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