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ENAPI discute os fatores de riscos e as ações dos TCs na garantia dos direitos da primeira infância

29/08/2025

Foto: Daniele Fernandes

Com o auditório cheio, neste segundo dia do Encontro Nacional da Primeira Infância (enapi), as discussões desta tarde se concentraram nas formas possíveis para redução dos fatores de risco das crianças no início da infância e nas ações dos tribunais de contas para garantir os direitos da criança nesta fase, além das iniciativas para a diminuição das desigualdades.

A professora Mirelle França fez uma palestra esclarecendo sobre as condições essenciais e necessárias ao desenvolvimento integral nesta fase tão determinante na vida das pessoas e destacou que “a primeira infância é a fase que tem o maior risco de grandes danos ao desenvolvimento do ser humano”. Ela também alertou que as políticas públicas de assistência, a orientação familiar e as escolas são como fatores potentes para a proteção das crianças na primeira infância.

Após uma breve parada para o café mineiro, o ENAPI seguiu o painel sobre as ações dos tribunais em apoio aos municípios na garantia dos direitos das crianças. Participaram, a conselheira Cilene Salomão, do TCE de Roraima, e os conselheiro Fábio Nogueira, presidente do TCE paraibano; o conselheiro substituto Célio Lima, do TCE do Mato Grosso do Sul, e como mediadora, conselheira Onélia Santana, do TCE do Ceará. Os conselheiros e conselheiras relataram os desafios e as conquistas das experiências vividas em seus Estados, na implementação dos Planos Municipais da Primeira Infância, sobre a aprovação, as auditorias operacionais direcionadas à educação infantil e sobre o monitoramento dos planos aprovados.

O último painel do dia, teve como mediador o conselheiro Ranilson Ramos do TCE pernambucano, que falou da sua experiência no Estado do Pernambuco no apoio aos municípios na implementação do PMPI. “Queremos um capítulo destacado no orçamento para a primeira infância”. O conselheiro conduziu os diálogos entre as psicólogas Maria Beatriz Martins; Claudia Freitas Vidigal e a socióloga Karina Fasson, que trouxeram estudos e iniciativas para a garantia do direito das crianças e a diminuição das desigualdades.

A socióloga Karina Fasson falou da importância de alavancar as políticas públicas e conscientizar a sociedade pela primeira infância e trouxe dados que apontaram a emergência da implementação destas estratégias, como “ 10 milhões de crianças estão em famílias de baixa renda; 5,4 milhões de crianças com insegurança alimentar; e dos 50 % dos municípios que possuem Plano Municipal da Primeira Infância (PMPI), somente 35% possuem comitê Intersetorial. A psicóloga Cláudia Vidigal trouxe dados sobre os impactos das mudanças climáticas na vida das crianças. Segundo pesquisa do Núcleo de Ciência pela Infância, as crianças sofrem mais intensamente os impactos das crises climáticas pois possuem menor capacidade de regular a própria temperatura e se contaminam gravemente com a poluição do ar. Exemplificou “Somente em 2023, o Brasil registrou 12 eventos climáticos extremos, sendo cinco ondas de calor, três chuvas intensas. Uma onda de frio, uma inundação, uma seca e um ciclone extratropical”. Já a psicóloga Maria Beatriz falou sobre os impactos da violência no desenvolvimento infantil e trouxe informações sobre os maus tratos, abusos físicos, sexuais e emocionais sofridos pelas crianças no Brasil. Ela destacou que uma criança que sofre violência se torna um cuidador violento. “É preciso investir na quebra destes ciclos de violência”. E, ao final, contou do sucesso do Programa de Parentalidade, Fundamentos da Família, que investe na prevenção universal contra a violência e em prol da regulação emocional dos cuidadores.

Veja as fotos deste segundo dia de evento abaixo

II ENAPI - Encontro Nacional da Primeira Infância - Segundo Dia