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Em webinário do TCEMG, especialistas reforçam que compreender a realidade local é essencial para criar políticas públicas efetivas de primeira infância

16/06/2025

O diretor da Escola de Contas, Rodrigo Marzano, fez a abertura do primeiro dia de seminário virtual  - Foto: Hernando Garcia

O Tribunal de Contas (TCEMG) deu início, nesta segunda-feira (16/6), ao seminário virtual "Vozes da Primeira Infância: planejamento orçamentário em foco". A iniciativa - dividida em dois dias de programação (16 e 24/6) - tem como objetivo prestar apoio aos municípios na elaboração de seus planos de orçamento, principalmente com relação à previsão de políticas públicas voltadas para a primeira infância.

Nesta primeira etapa (16/6), a Escola de Contas e Capacitação Professor Pedro Aleixo propôs uma conversa aberta com participação do diretor da Central de Fiscalização Integrada e Inteligência (Suricato/TCEMG), professor Pedro Henrique Azevedo, e da superintendente executiva do Instituto da Infância (Ifan), psicóloga Luzia Laffite. 

Na oportunidade, entre outros temas, eles abordaram como os gestores municipais podem ser mais efetivos na alocação de recursos e, consequentemente, melhorar seus indicadores nessa área.

"Um plano para a primeira infância serve de base exatamente para a programação do orçamento, pois ele vai trazer as metas, objetivos, alcance de resultados, local onde vai ser desenvolvido, qual faixa etária será atingida mais diretamente e, principalmente, como está o diagnóstico feito", observou Luzia.

Professor Pedro Azevedo e a psicóloga Luzia Laffite falaram sobre a importância da primeira infância – Foto: Reprodução/Youtube

Os especialistas orientaram, também, que é importante não se basear em documentos de outros municípios, já que cada realidade implicará metas e objetivos específicos.

"Obviamente, não se tem modelos de diagnósticos prontos, encaixados para cada município. Você precisa entender sua realidade e, a partir daí, desenhar as suas políticas públicas", disse Azevedo, chamando também a atenção para as 853 realidades distintas em Minas Gerais (853 municípios).

Um bom caminho para começar, segundo Luzia Laffite, é justamente "a formação de um Comitê Intersetorial para construir essas políticas, com participação do Estado, sociedade civil, conselhos municipais da criança e do adolescente, grupos de pais", explicou, citando ainda a importância de se propiciar a escuta ativa de crianças da faixa etária incluída na primeira infância.

Capacitação

Os webinários Vozes da Primeira Infância vão fazer parte do curso "Construindo o Futuro: a Criança no Orçamento Público", em desenvolvimento pelo Núcleo de Educação a Distância da Escola de Contas e Capacitação Professor Pedro Aleixo. As atividades educacionais reiteram o papel pedagógico do Tribunal perante seus jurisdicionados.

Vale ressaltar que a temática da primeira infância está inserida nas diretrizes da gestão 2025-2026 do Tribunal de Contas, e foi estabelecida como área sensível no eixo de Políticas Públicas e Direitos Fundamentais.

Entre outros objetivos, o TCEMG busca aprimorar ações de controle externo voltados a esse público, por meio de critérios técnicos e estratégicos e direcionamento de medidas para as maiores lacunas na oferta de serviços essenciais. Observar a execução orçamentária, por exemplo, e o cumprimento de legislações específicas, estão no roteiro.

Primeira infância

O Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016) considera como prioridade absoluta assegurar os direitos das crianças desde o nascimento até os seis anos completos, com foco na garantia de seu desenvolvimento integral.

Conforme dados do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 18,1 milhões de crianças de até 6 anos em todo o Brasil. Em Minas Gerais, são 1,6 milhão (8,8% do total nacional).

Embora o Marco Legal esteja em vigor desde 2016, a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC) mais recente do IBGE detectou, porém, que três em cada quatro cidades não tinham um Plano Municipal pela Primeira Infância (PMPI) em 2023.

"Minas Gerais já tem cerca de 120 planos aprovados, número que é grande em termos absolutos, mas, se comparado à nossa realidade, significa que ainda temos pelo menos outras 730 oportunidades de atuar para tentar implementar um plano dessa natureza", pontuou Pedro Azevedo na transmissão.

O webinário continua na próxima semana (24/6), a partir das 16h, com transmissão em tempo real pelo canal da Escola de Contas no Youtube. Saiba mais sobre a programação clicando aqui.