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Emoção marca a palestra do teólogo Leonardo Boff no TCEMG

05/08/2022

Palestra Amor: energia transformadora - foto: Thiago Rios

Na manhã de hoje, 05 de agosto, foi realizada, no Auditório Vivaldi Moreira do Tribunal de Contas, a palestra Amor: energia transformadora, do teólogo e escritor Leonardo Boff. O conselheiro corregedor do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCEMG), Durval Ângelo, fez a abertura do evento que também teve como convidado o Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Vicente Ferreira.

O conselheiro Durval Ângelo relembrou o tempo em que era membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário mineiro e seu primeiro contato com as Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac). Ele contou que ficou surpreso ao ser recepcionado, numa Apac, por um condenado que possuía as chaves da unidade prisional, um local sem grades e sem armas. E quando um colega da comissão perguntou porque os detentos não fugiam, foi respondido: ninguém foge do amor. E foi com esta frase, ninguém foge do amor,  que o conselheiro passou a palavra.

O teólogo começou sua palestra falando do rompimento da barragem de Brumadinho e se emocionou ao lembrar das vidas perdidas no acidente. Para Leonardo Boff, a humanidade está próxima ao “limite do paradigma da civilização, que tantos benefícios nos trouxe”, e  usou como exemplo os antibióticos e a viagem à lua, mas que também pode “extinguir a vida humana na terra”. Leonardo afirmou que a civilização precisa de um novo paradigma que englobe toda a vida na terra. Ele citou a Carta da Terra e usou uma citação do Papa Francisco que diz, “ há um laço que nos une a todos, não só os humanos, mas todos os seres vivos. Estamos no mesmo barco, ou salvamos todos, ou ninguém se salva”.

Boff afirmou que há muitas formas de falar de amor, e que o amor está na base biológica do universo, de todos os seres. “Nós estamos tão carentes de amor que transformamos o jardim do Éden em matadouro” e só voltaremos ao jardim do Éden quando tivermos “em vez da exploração da natureza, os cuidados com a natureza;  em vez da competição, a solidariedade”. Leonardo também citou o cientista, David Quammen, que comunicou aos chefes de estado que viria um vírus fatal para atingir toda a humanidade, mas não foi ouvido. “Acho que estamos no coração de uma crise de civilização, uma crise que irá nos purificar para um novo começo, um novo tipo de relação com a terra, novo tipo de civilização, se ainda quisermos ficar sobre este planeta”, concluiu o teólogo.

Dom Vicente, Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, que também falou ao público, relembrou a ocasião onde conheceu o palestrante e se originou a amizade entre eles. O bispo afirmou que Leonardo Boff é “uma inspiração de sabedoria itinerante, neste nosso país. Ele é um ícone de defesa da terra e defesa dos povos”, e assim passou a palavra ao teólogo.

A palestra foi aberta ao público externo e contou com a presença do conselheiro Cláudio Terrão e dos procuradores do MPC, Marcílio Barenco e Sara Meinberg.


Alda Clara - Diretoria de Comunicação Social