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Encontro Técnico esclarece dúvidas sobre LGPD

03/09/2021

Qual o propósito do CPF que a farmácia pede para o cliente digitar na máquina de cartão? O que é feito com as informações que os usuários preenchem nas redes sociais? Como aqueles telefones de outros Estados conseguem o número do seu celular? De onde os bancos e operadoras de telecomunicação tiram o seu contato? A gente não sabe como tantas empresas têm acesso aos nossos dados, mas é importante saber que todos os elementos que fornecemos deve ser protegido e avisado qual a aplicação e o destino. Com esse intuito que foi sancionada a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Sancionada em 2018, a Lei nº 13.709 só entrou em vigor dois anos mais tarde, em 2020, e ainda levanta muitos questionamentos. Exatamente para entender como a nova regra pode impactar não só a iniciativa privada, mas também a administração pública, que o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais escolheu a LGDP como tema para o quarto módulo do Encontro Técnico TCE e os Municípios 2021, que aconteceu hoje, 03 de setembro.

“Muito simples!”, afirmou o chefe de gabinete da presidência do TCEMG Carlos Alberto Pavan Alvim, quando a questão é o motivo dos órgãos públicos precisarem se inteirarem sobre o assunto. “Todos nós, hoje em dia, trabalhamos com o uso de dados pessoais e sensíveis”, pontuou. A Lei “dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.”

Antes mesmo de levar o assunto ao webinário, o Tribunal de Contas mineiro teve que tomar as providências para garantir que a Lei fosse aplicada corretamente nas atividades internas e também no exercício do Controle Externo. A encarregada de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais do TCEMG Rafaela Alvarenga Figueiredo contou que a instituição criou um Grupo de Estudo para avaliar os impactos que a Lei poderia gerar na instituição, principalmente nos setores que lidam diretamente com gerenciamento de dados. Nesse momento, o principal desafio era não ter uma legislação específica implantada. A equipe baseava o trabalho na Diretiva criada pela União Europeia em 2016, até a Lei Geral de Proteção de Dados entrar em vigor em setembro de 2020.

Rafaela ressaltou a importância do equilíbrio entre as LGPD e a Lei de Acesso à Informação, outra conquista social, que garante a transparência, integridade e prestações de contas dos gastos de toda instituição pública à sociedade, como contratos, convênios, acordos e outros ajustes. A analista lembrou que a LGPD tem o objetivo de proteger o direito individual da pessoa, para que esses dados sejam usados com a finalidade correta e que o cidadão saiba para que ele está fornecendo aquela informação. Vale lembrar que, em caso de descumprimento, o decreto prevê variadas sanções administrativas.

Para exercer a função de fiscalização, o Tribunal de Contas de Minas Gerais se baseia em dados enviados diretamente pelos jurisdicionados. Para centralizar todos esses elementos recebidos, o TCE mineiro conta com um núcleo de tecnologia voltado para o aprimoramento da gestão pública e efetividade da fiscalização, o Centro de Fiscalização Integrada e Inteligência – Suricato.

A frente da área, o diretor Henrique Lima Quites falou que a utilização dos dados recebidos visam o aprimoramento do Controle Externo, acompanhamento concomitantes e preventivos, mas também são usados como base para o aperfeiçoamento de ações pedagógicas, na realização de cursos que possam melhorar e facilitar o trabalho dos jurisdicionados na administração pública.

A apresentação pode ser acessada na íntegra aqui.

Fred La Rocca | Coordenadoria de Jornalismo e Redação