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Especialistas e autoridades debatem securitização da dívida em congresso no TCEMG

25/11/2024

Professor Heleno Tavares palestrou no segundo painel do congresso - foto: Daniele Fernandes
Securitização da dívida. Esse foi o tema do segundo painel do “III Congresso Internacional de Direito Financeiro e Cidadania”, realizado na tarde desta segunda-feira (25/11), no auditório do TCEMG. Presidida pelo vice-presidente, conselheiro Durval Ângelo, a mesa ainda contou com palestras do deputado federal Alex Manente (SP), do professor da USP Heleno Tavares, do advogado e professor Reinaldo Belli e do procurador do Estado de Minas Gerais Danilo de Castro. 
 
O conselheiro Durval Ângelo destacou que a dívida pública é um problema estrutural no país. “Fazer esse debate aqui, hoje, é motivar para que se desenvolvam políticas públicas voltadas para esses temas específicos, especialmente ações dos Tribunais de Contas voltadas para isso”, disse, reforçando a importância do direito financeiro e da cidadania, temas centrais do congresso. 
 
O deputado federal Alex Manente (SP) falou sobre o projeto federal de securitização da dívida ativa. “Legislação inovadora e importante, que vai gerar, nesse momento em que nós temos um poder público com limites de gastos muito estabelecidos, com uma arrecadação em deficiência na grande parte dos municípios brasileiros, uma oportunidade de fazer com que esse montante de dívida pública que não fora pago para o poder público possa ser resgatado de uma maneira mais efetiva, inteligente e eficaz”, ressaltou.
 
O professor Heleno Tavares fez a palestra “O Direito Financeiro e Tributário e as Reformas da segunda década do século XXI”. Ele destacou pontos relevantes da Constituição Brasileira e reforçou que “nada que está em seu texto se faz sem gastos públicos”. Falou sobre a importância da consensualidade no Direito Tributário e na busca, pelo Estado, da aproximação com a cidadania. “Hoje, o Estado faz parcerias com o setor privado, cria fundos e promove uma série de medidas que, junto com o particular, atende aos serviços essenciais para a população de forma mais direta e ágil”, enfatizou.
 
Reinaldo Belli proferiu a palestra “Securitização na LC 208: riscos e garantias”. Ele explicou o que é securitização, mostrou a diferença em relação a operações de crédito, falou sobre os limites federativos a securitização dos tributos compartilhados, esclareceu sobre a submissão da securitização a regras constitucionais orçamentárias e mencionou sobre o princípio republicano e sua influência no processo de securitização. “Observados os estritos limites da LC 208, securitização não é uma operação de crédito, a receita compartilhada de impostos tem um impacto federativo grave a ser observado nesse aprimoramento que se promete para 2025 na lei, essas regras orçamentárias constitucionais se aplicam também à securitização e, por fim, que o princípio republicano acaba por limitar a operação a determinados contornos que parecem ostentar um desvio de finalidade”, concluiu. 
 
Por fim, o procurador do Estado Danilo de Castro fez a palestra “As experiências e tentativas mineiras e as razões do fracasso”. Ele propôs a diferenciação entre duas operações: cessão e securitização da dívida ativa. O procurador ressaltou que os entes da federação enfrentam problemas fiscais graves, que precisam ser debatidos. Ele resgatou o processo histórico econômico-financeiro do país desde a década de 60 até os anos 2.000, quando da efetivação da Lei de Responsabilidade Fiscal. “A securitização da dívida ativa pode ser sim um importante mecanismo do qual os entes públicos podem se valer para receber recursos”, disse, reforçando que “estão antecipando valores que iriam ingressar ao longo do tempo, uma receita atípica e que não se perpetuará, de modo que as dificuldades permanecerão a menos que enfrentemos estruturalmente a situação de desequilíbrio fiscal e federativo na qual nos encontramos”, ponderou.
 
O “III Congresso Internacional de Direito Financeiro e Cidadania” continua nesta terça-feira (26/11). CLIQUE AQUI e veja a programação do evento. E, no link abaixo, veja as fotos do congresso. 
 

III CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO FINANCEIRO E CIDADANIA

 

Lucas Borges / Coordenadoria de Jornalismo e Redação