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MPCMG realiza seminário sobre a Lei Geral de Concursos Públicos

06/11/2024

Sara Meinberg, Marcílio Barenco, Maria Fernanda Pires, Daniel Guimarães, Cristina Andrade Melo e Maria Cecília Borges. 4 nov. 2024. Foto: MPC-MG.
Na tarde da segunda-feira (04/11), o Ministério Público de Contas do Estado de Minas Gerais realizou seminário temático voltado à discussão das inovações trazidas pela Lei Geral de Concursos Públicos (Lei federal nº 14.965, de 9 de setembro de 2024). O evento, coordenado pela Procuradora Elke Moura, correspondeu ao 2º Ciclo de Palestras de 2024 no âmbito do V Programa de Capacitação do MPC-MG. 
 
O seminário foi realizado no auditório da Escola de Contas do TCE-MG e contou com transmissão ao vivo pelo canal do MPC-MG no YouTube. Na ocasião, estiveram presentes o Procurador-Geral, Marcílio Barenco, o Subprocurador-Geral, Daniel Guimarães, a Procuradora Ouvidora, Elke Moura, a Procuradora Corregedora, Sara Meinberg, as Procuradoras Cristina Andrade Melo e Maria Cecília Borges, servidores do MPC-MG e do TCE-MG. 
 
O evento contou com certificado de participação, que será concedido exclusivamente aos participantes que estiveram presentes no local. 
 
As palestras | Professor Florivaldo Dutra 
 
A primeira palestra foi conduzida pelo Professor Florivaldo Dutra de Araújo, da Universidade Federal de Minas Gerais. Na palestra sobre a nova legislação de concursos públicos, o Professor abordou as mudanças nos processos seletivos e o papel da comissão organizadora. Ele explicou que a lei permite que essa comissão seja do próprio órgão que realiza o concurso ou de outro órgão ou entidade do mesmo ente federativo, possibilitando que diferentes setores possam colaborar. Em casos excepcionais, a comissão pode pertencer a um ente diverso, especializado em seleção e capacitação de servidores, trazendo flexibilidade e eficiência ao processo. 
 
Dutra também destacou as novas diretrizes para o conteúdo dos editais, que agora devem incluir informações detalhadas sobre os requisitos, critérios de seleção e instruções específicas. Ele observou que a legislação formaliza práticas já comuns nos concursos públicos, assegurando uma padronização mínima que protege tanto os candidatos quanto os órgãos. Uma das inovações da lei é a possibilidade de realizar concursos à distância, total ou parcialmente, desde que garantida a segurança e igualdade de acesso para todos os candidatos, com regulamentação específica para assegurar a integridade do processo. 
 
Outro ponto destacado pelo palestrante foi a regulamentação da avaliação por títulos, que, segundo a nova lei, deve ter caráter classificatório e estar relacionada às competências exigidas pelo cargo. Dutra explicou que essa medida visa evitar incoerências e valorizar qualificações realmente pertinentes para o exercício da função. Além disso, ele mencionou que a lei permite a inclusão de cursos de formação como uma etapa do concurso, cabendo a cada órgão ou entidade regulamentar essa exigência conforme suas necessidades. 
 
Por fim, Dutra abordou a vigência e aplicabilidade da lei, que passará a ser obrigatória a partir de 1º de janeiro de 2028, mas poderá ser adotada antecipadamente por qualquer órgão que deseje seguir as novas regras. Ele ressaltou que a legislação tem como objetivo modernizar os concursos públicos, adaptando-os a novas tecnologias e criando um processo mais justo e transparente para todos os envolvidos 
 
Palestra Advogada Maria Fernanda Pires 
 
A palestra de Maria Fernanda Pires focou na aplicação de discriminações positivas em concursos públicos, especialmente com a recente Lei federal 14.965/2024, que introduz novas diretrizes para as políticas de cotas. Ela explicou como essa lei regulamenta percentuais mínimos e máximos de vagas para grupos como pessoas com deficiência e minorias raciais, com o objetivo de promover a igualdade material e reduzir as desigualdades sociais. Esses ajustes visam atender aos princípios constitucionais de inclusão e erradicação da marginalização. Além disso, a palestrante destacou a importância do controle centralizado de cotas para assegurar a transparência e a efetividade dessas políticas. 
 
A apresentação também abordou a regulamentação específica para a comprovação de deficiência e outros requisitos para garantir o acesso às cotas. Para pessoas com deficiência (PCD), são necessários laudos biopsicossociais que avaliem os impedimentos e as adaptações necessárias no ambiente de trabalho. Já as cotas raciais seguem um modelo de autodeclaração e, em alguns casos, passam por avaliações adicionais para garantir a autenticidade. Maria Fernanda explicou que essas medidas promovem a igualdade sem comprometer a qualidade dos processos, garantindo que todos os candidatos cumpram os critérios de aprovação. 
 
Maria Fernanda defendeu que a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho pela iniciativa privada só teve avanços significativos após a obrigatoriedade imposta por lei. Ela observou que, embora o processo seja complexo, pois envolve adaptações de espaço e paciência para lidar com as necessidades específicas desses profissionais, é justamente uma responsabilidade social das empresas garantir esse acesso. Segundo ela, essa exigência legal não é apenas um cumprimento formal, mas uma maneira de assegurar a sobrevivência e a inclusão digna dessas pessoas na sociedade. 
 
Por fim, a palestrante abordou desafios práticos, como a falta de uniformidade e clareza nas normas para concursos que oferecem poucas vagas, dificultando a aplicação das cotas. Ela ressaltou a importância de um sistema centralizado e transparente, que facilite o controle social e permita um monitoramento mais efetivo das vagas ocupadas por cotistas. Esse controle contribuiria para corrigir interpretações normativas divergentes entre organizadores de concursos e garantir que a ação afirmativa seja aplicada conforme os princípios da eficiência e segurança jurídica. 
 
Após a palestra de Florivaldo Dutra, a Procuradora Ouvidora, Elke Moura, entregou-lhe o certificado de palestrante, enquanto o Subprocurador-Geral, Daniel Guimarães, fez a entrega do certificado à palestrante Maria Fernanda Pires ao final de sua apresentação. 
 
Ao final do evento, o Procurador-Geral, Marcílio Barenco, agradeceu a presença de todos os participantes, elogiando o empenho dos organizadores e da equipe técnica que viabilizou o evento. Ele ressaltou a importância do seminário para aprofundar o conhecimento sobre a Lei Geral de Concursos Públicos, reafirmando o compromisso do MPC-MG com a capacitação contínua de seus membros e servidores. 
 
Assista ao evento na íntegra aqui
 
 

 Divulgação Comunicação do MPCMG