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Mia Couto é o convidado para a abertura do "Sempre um papo TCE Cultural"

21/10/2025

O escritor Mia Couto e a jornalista Leila Ferreira

“Minha alma é feita de água. 

Não posso me debruçar tanto. 

Senão me entorno e ainda morro vazia, sem gota.

Nós estamos dentro da natureza. E ela está dentro de nós.

A natureza é um outro nome da Vida”.  

As palavras são do escritor moçambicano Mia Couto, de seu livro O Fio das Missangas, proferidas pelo presidente do Tribunal de Contas mineiro, conselheiro Durval Ângelo, ao dar as boas-vidas aos convidados para o Projeto “Sempre um papo  TCE Cultural”, na noite de ontem (20/10), no Auditório Vivaldi Moreira.

Mia Couto, que é também biólogo, jornalista, professor e poeta, mescla em suas obras fantasia com realidade; luta por dar voz à identidade moçambicana, regatando as tradições e cultura local, ao mesmo tempo em que aborda as marcas da guerra, do colonialismo e da opressão.   Ao lado da jornalista e apresentadora Leila Ferreira, o escritor falou do lançamento de seu novo livro O Rio Infinito  Água, solo e Gente. “O rio é entidade, tem alma, tem voz, ali começa um ciclo”, afirmou Mia , demonstrando sua relação de gratidão aos elementos naturais, que, segundo o escritor,  é quem nos garante a vida. “O céu é azul por causa das plantas” e ainda acrescentou:  “para mudar o mundo é preciso entender o mundo”.

Provocado pela entrevistadora, o moçambicano falou de sua infância, das dificuldades enfrentadas pela família e pelo povo de Moçambique bem como dos pais que lhe criaram ambiente de muita troca literária e artística. Segundo Mia, o pai levava para a sua casa obras de artistas brasileiros, como a música de Dorival Caymmi, a poesia de Manuel Bandeira e de outros brasileiros que fizeram parte dessa partilha cultural cotidiana.

Sempre um papo

Criado em Belo Horizonte, no ano de 1986, pelo jornalista e gestor cultural, Afonso Borges, o “Projeto Sempre um papo” é um programa de incentivo ao hábito da leitura por meio de debates informais associados a lançamentos de livros. Em parceria com o TCEMG, o projeto propõe ampliar os temas técnicos de fiscalização e controle, também para debates culturais acessíveis, mediados pela literatura e pela arte — uma forma de aproximar a gestão pública da sociedade.

Presentes na solenidade o desembargador Leopoldo Mameluque, representando o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais; a desembargadora do Tribunal Regional da 6ª Região, Mônica Sifuentes: o conselheiro do TCEMG, Gilberto Diniz, além dos conselheiros substitutos Telmo Passareli e Licurgo Mourão; a procuradora do Ministério Público de Contas, Cristina Andrade Melo, o diretor-geral, Gustavo Vidigal, o coordenador do TCE Cultural, João Batista Miguel, bem como professores e admiradores do escritor Mia Couto.

 


 Denise de Paula / Coordenadoria de Imprensa