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Ministra Edilene Lobo fala de Inteligência Artificial no fórum de Sustentabilidade e Governança Digital

13/06/2025

A assessora Sílvia Araújo, o presidente Durval Ângelo e a ministra Edilene Lobo (Foto: Hernando Garcia)

A ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edilene Lobo falou nesta manhã (13/06), no Auditório Vivaldi Moreira do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), do racismo, misoginia e desigualdade social como desafios para a integridade digital. O evento é a continuidade dos trabalhos do Fórum de Sustentabilidade e Governança Digital, que, tendo-se iniciado ontem, foi reaberto hoje pela assessora de Projetos Estratégicos, Inovação no Controle e Apoio às Soluções Consensuais do TCEMG, Sílvia Ribeiro de Araújo.

Retroagindo à semana anterior, a ministra mencionou seu encontro com o presidente do TCE e a equipe do Encontro Técnico em sua cidade natal, Taiobeiras, na região norte  mineira, tendo parabenizado a aproximação do Tribunal de Contas com os municípios, o que ela chamou de interiorização da jurisdição, ressaltando a importância dessa escuta para identificar as mazelas e a necessidade de intervenção nessa realidade.

Edilene Lobo ressaltou a pobreza no Brasil, que, sendo a sétima economia do mundo, encontra-se no rol dos dez países com maior índice de desigualdade, esclarecendo como a tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) tem contribuído para o crescimento exponencial dessa pobreza e para a exclusão social. “os números indicam a ausência de mulheres negras no ambiente tecnológico”, denuncia Lobo, complementando que a “revolução tecnológica tem ocupado de forma absurda a experiência humana”. Segundo Lobo, “a vida está digitalizada e esse fenômeno reflete na educação, na política, na forma de viver da sociedade”. A ministra fez a seguinte indagação: “onde estão as mulheres na tecnologia? ”, ressaltando a invisibilidade das mulheres, inclusive no Brasil, em que a maioria de mulheres e de meninas negras encontra-se fazendo o que as máquinas não fazem, ressaltando a exploração e a precariedade do trabalho a que ainda são submetidas. “O que é IA? Já sabemos para onde e em que velocidade ela caminha, e de quem ela está a serviço”, garantiu a ministra.

Para Edilene Lobo, a IA não é artificial nem inteligente, existe de forma corpórea, e é representada por grupos de homens, extraordinariamente ricos, concentrados na China e na América do Norte e que replicam práticas de viver para o resto do mundo. Reforça também que esse mundo digital impacta diretamente os direitos humanos. Edilene citou autores que vêm tratando do tema e que indicam possibilidades para se contrapor a essa “indústria da informação”: a primeira delas é debater o tema de forma ampla e direta bem como instituir punições para o uso inadequado “dessa engenharia tecnológica”. Ressaltou, ainda, o papel importante da fiscalização dos recursos destinados na implementação das políticas públicas assim como na formação de professores para usar o aparato digital. Finalizou sua exposição, destacando a necessidade de se conhecer o plano tecnológico desenvolvido pelo Brasil e a necessidade da inteligência artificial estar a serviço da democracia.

Na sequência, a vice-presidente jurídica da Cemig, Cristiana Fortini, e o gestor educacional e procurador institucional da Escola de Contas, professor Paulo Sérgio Araújo, abordaram o tema Sustentabilidade e Inovação nas Contratações: O Direito ao Erro, com reflexões sobra a importância de se incentivar a inovação.

Em seguida, o diretor de Inteligência do TCEMG, professor Pedro Azevedo, apresentou palestra com o tema Licitações sustentáveis: da Lei 12.349/10 à Lei 14.133/21; tendo como coordenadora de mesa a professora Luciana Raso, que é gestora de Pós-Graduação da Escola de Contas. 

 

Presentes no auditório, além de representantes de diversos órgãos e entidades, o conselheiro substituto Licurgo Mourão; o conselheiro em exercício Telmo Passareli, o procurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal, Marcílio Barenco; a procuradora Sara Meinberg, além de servidores e servidoras da Casa.