Siga-nos nas redes sociais:

Acessibilidade

AUMENTAR CONTRASTE

DIMINUIR CONTRASTE

Painel sobre efetividade das políticas públicas encerra colóquio internacional no TCEMG

13/06/2023

Foto: Vinícius Dias
O painel “Efetividade das Políticas Públicas no Brasil” encerrou, na manhã desta terça-feira (13/06), os debates e apresentações do I Colóquio Internacional de Controle Externo, parceria entre o TCEMG e a UFMG que teve por objetivo aproximar a academia e a sociedade das discussões realizadas no sistema de controle externo nacional. 
 
Daniela Mello, superintendente de Gestão e Finanças do TCEMG, mediou os debates. Ela fez um histórico da avaliação das políticas públicas no país e ressaltou a relevância da discussão. “Sempre importante unir aspectos que envolvem a efetividade nas ações do controle externo com a academia. Momento relevante para que as reflexões possam trazer diálogos consistentes e possíveis entre a prática das políticas públicas e aquilo que é produzido academicamente”, disse, reiterando o avanço de uma análise preliminar para uma avaliação da efetividade das políticas públicas no país ao longo dos anos.
 
A professora da Faculdade de Direito da USP, Maria Paula Bucci, apresentou uma visão geral da construção da Constituição de 1988 e explicou que as políticas públicas são as formas de contemplar os preceitos dela. A professora destacou a importância de se reavivar na sociedade os pactos da Constituição Federal na busca pela dignidade humana com a efetivação das políticas aplicadas pelos governos. 
 
Carlos Teixeira, professor da Universidade Federal Fluminense, analisou a Constituição de 1988 como problema para efetivação de políticas públicas. Ele reforçou que as políticas públicas compensatórias “são necessárias, porém insuficientes para criar uma dinâmica que coloque mais gente dentro da estrutura produtiva”. Ele reforçou que “o elemento programático contido na Constituição de 88 é tímido para encarar a situação de sub-cidadania da grande maioria dos brasileiros”. 
 
A professora da Universidade de Itaúna, Edilene Lobo, tratou da efetividade das políticas públicas para as mulheres negras. Ela destacou as cotas em universidades como “ponto de partida importante, mas não podem ser o ponto de chegada, como se estabeleceu no Brasil”. Lobo mostrou que, entre os 513 deputados federais, apenas 29 são mulheres negras, reforçando a necessidade do país atuar pela distribuição efetiva do poder político. A professora ainda listou políticas governamentais ineficazes para as mulheres negras, como alfabetização, vagas em creches e programas de emprego. 
 
O assessor da vice-presidência do TCEMG, professor Gustavo Vidigal, falou sobre o planejamento estatal diretivo e efetividade das políticas públicas. Ele citou problemas sociais enfrentados pelo país e a importância do planejamento das ações de governo para efetivar as políticas desejadas. Ele explicou os caminhos de um bom planejamento no setor público e os mecanismos e ferramentas de controle no processo. “A constituição não faculta, ela exige que toda política pública seja devidamente planejada”, ponderou. 
 
O conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, Nelson Pellegrino, afirmou que os direitos fundamentais, no Brasil, precisam ser executados e efetivados. Ele fez uma defesa da constituição como ferramenta fundamental para uma sociedade mais justa. Pellegrino reiterou que o controle externo deve ter atuação protagonista nesse cenário de avaliação das políticas públicas. 
 
O vice-presidente do TCEMG, conselheiro Durval Ângelo, encerrou as atividades do colóquio dizendo que esse foi apenas o primeiro, e que novas ações já estão em planejamento. Durval lembrou Milton Nascimento e Fernando Brant: “Se muito vale o já feito, mais vale o que será”. Para ver a íntegra do último dia do colóquio, clique abaixo.
 


 
Lucas Borges / Coordenadoria de Jornalismo e Redação