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Primeiro dia do V Encontro Mineiro de Conselheiros de Educação traz políticas públicas como tema central

03/02/2022

Não é a primeira vez que a preocupação com a democracia norteia a realização de um Encontro Mineiro de Conselheiros de Educação. Este ano, na quinta edição do evento, o tema voltou a ser pauta do debate entre os especialistas. O professor e corregedor do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), conselheiro Durval Angelo afirmou que o propósito da realização do congresso é “contribuir para a formação dos membros dos conselhos de educação para consolidar a gestão democrática da educação e também para empoderar a necessidade do controle e da fiscalização”.

Para Durval, que é conselheiro do TCE mineiro desde 2018 e desenvolveu um trabalho notório em prol de proteger e combater a violência e desigualdade social quando era deputado, “falar de direitos humanos é falar sobre o novo nome da democracia. Não existe democracia se não existir inclusão social e políticas públicas”. O corregedor ainda declarou que o Tribunal tem o desafio em conscientizar a sociedade através dos Encontros e ampliar o trabalho de formação para outras áreas como saúde, patrimônio histórico e conselhos tutelares de jovens.

A abertura do Encontro aconteceu hoje, 03 de fevereiro, em formato virtual, pelo canal da TV TCE, no YouTube. Realizado desde 2018, o Encontro é parte do Programa Na Ponta do Lápis, projeto criado pelo Tribunal de Contas de Minas, constituído de ações integradas de controle, de cooperação com os gestores públicos, de fomento ao controle social para auxiliar a área da educação no Estado.

Além de debater assuntos importantes para o fomento da educação e fortalecer o ensino, este ano o Encontro também divulgou a reaplicação de um questionário, direcionado a todas a prefeituras, com o objetivo de conhecer melhor as condições de funcionamento e de atuação dos Conselhos Municipais de Educação. A ação já foi realizada em 2019 e o resultou permitiu conhecer o perfil dos conselhos e promover mais ações de formação e apoio ao trabalho dos agentes da Educação. Além de verificar os avanços alcançados e as demandas que ainda não foram sanadas, as novas conclusões possibilita que o TCE desenvolva novas atividades, coletivas e assertivas, de apoio aos conselhos. Os questionários foram encaminhados para todas as 853 cidades mineiras.

Palestras

O professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) Gregório Grisa ficou responsável por abrir as apresentações e tratou sobre as Políticas Educacionais nos últimos 20 anos e os desafios da próxima década. Gregório contou como algumas políticas públicas tiveram um avanço significativo nos últimos anos, principalmente comparadas com as atividades desenvolvidas no século XX. Ele explicou que essas ações podem se tratar de financiamentos, de oferta de infraestrutura escolar, de valorização de professores, de questões curriculares, de avaliação, de aspectos formativos e pedagógicos.

O professor citou alguns exemplos de programas nacionais, que reverberam em âmbito municipal e estadual, desenvolvidos nos últimos anos, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), de 1996, que se tornou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), em 2006; o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), de 2007; o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), de 2007; o Piso Nacional Salarial do Magistério, implantado pela Lei 11.738/2008; entre outros.

Para Gregório, os conselhos de educação tem diversos desafios para enfrentar, como acompanhar e participar do desenho do Sistema Nacional de Educação (SNE) que define, de forma objetiva, as atribuições e responsabilidade dos entes federados e instâncias de deliberação de políticas educacionais; incentivar experiências de cooperação intermunicipal, pensar em viabilidade e arranjos possíveis; participar e acompanhar a regulamentação estadual para cumprir o novo Fundeb; e analisar a implementação do Plano Municipal de Educação; entre outras questões.

Para explicar de forma prática a aplicação de políticas públicas na Educação, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), Rodrigo Coelho do Carmo, apresentou ferramentas desenvolvidas pela instituição. O conselheiro mostrou um painel de controle criado por meio de um levantamento distribuição, geolocalização, distribuição de escolas, de matriculas, percentual de ocupação de escolas, indicadores de desempenho na educação, índice de educação básica por município e se há sistema informatizado de gestão na educação nas instituições de ensino. O sistema tem o objetivo de fiscalizar e estruturar a rede de ensino capixaba. Com as percepções, o Estado pode realizar operações de melhoria na educação.

Para finalizar o primeiro dia de evento, o conselheiro do Tribunal mineiro, Cláudio Couto Terrão, foi convidado para falar sobre o pacto pela educação: A importância da participação e do planejamento para a educação em Minas Gerais. Entusiasta do assunto, Terrão apontou um histórico descaso público com o direito fundamental social à educação. Para o conselheiro, há uma “crônica deficiência do planejamento das políticas públicas” e é desafio a ser enfrentado no âmbito da administração pública em todos os níveis. Ele ainda enumerou pontos como carreira, salário, estrutura e questões pedagógicas como itens desvalorizados, mas também ressaltou que a o próprio gestor público, a ideologia e o desconhecimento técnico em administrar causam obstáculos no desenvolvimento do ensino. Terrão destacou o trabalho dos conselhos de educação como uma solução para essas adversidades.

Amanhã, 04 de fevereiro, a partir das 10h, o Encontro recebe o economista Caio Callegari para falar sobre as perspectivas a partir do Novo FUNDEB para entre os anos de 2022 e 2025; o coordenador de Operacionalização do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) Leomir Araújo para mostrar boas práticas para o controle social na operacionalização do novo fundo da Educação; e o conselheiro Fabrício Motta Esforços do Tribunal de Contas do Estado de Goias, que vai contar sobre os esforços contra os efeitos da pandemia na educação. Não perca!

As exposições de hoje podem ser assistidas aqui.

O evento será transmitido pelo canal da TV TCE, no YouTube. Para receber o certificado de participação, emitido pela Escola de Contas e Capacitação Professor Pedro Aleixo, basta clicar aqui e fazer a inscrição.


Fred La Rocca | Coordenadoria de Jornalismo e Redação