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Questões urgentes da educação foram discutidas em webnário

22/06/2020

Na tarde do dia 19 de junho (sexta-feira), foi realizado o webnário “A educação não pode esperar”, transmitido pelo canal oficial do Comitê Técnico de Educação do Instituto Rui Barbosa (CTE-IRB) no Youtube. O objetivo do encontro virtual foi “identificar os problemas vividos pelas redes e oferecer contribuições aos órgãos de controle, gestores e sociedade. Além disso, buscou apresentar alternativas capazes de mitigar os impactos trazidos por esta situação de grave crise sanitária para o país e para o mundo”, assinalou o presidente do CTE-IRB, conselheiro Cezar Miola. Miola é também conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE-RS).

Todo o debate ocorrido no webnário girou em torno do resultado de um levantamento. O estudo, que foi apresentado no evento virtual, reuniu ações de redes públicas de ensino como práticas pedagógicas, suporte e formação de professores. Além disso, abordou a orientação às famílias, distribuição de alimentos aos estudantes e estratégias para combater o abandono escolar e as defasagens de aprendizagem.

O estudo mapeou as ações de 249 secretarias de educação (232 municipais e 17 estaduais) de 23 estados de todas as regiões do país. Das capitais e municípios sorteados, foram analisados metade entre os que possuem maior número de matrículas e metade entre aqueles que atendem alunos de nível socioeconômico mais baixo. Tudo foi viabilizado por meio das respostas de dois questionários on-line disponibilizados em maio deste ano. Os secretários de Educação os responderam e também participaram de entrevistas por meio de telefone ou videoconferência com técnicos dos tribunais de contas do Brasil.

TCEMG

O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) deu sua contribuição neste estudo. As analistas de controle externo do TCEMG Bruna Sarah Salomão e Soraya Caetano Aragão entrevistaram gestores da educação de 12 municípios selecionados no estado mineiro. São eles: a capital Belo Horizonte e os municípios de Setubinha, Fruta de Leite, Varzelândia, Japonvar, Ouro Verde de Minas, Betim, Montes Claros, Santa Luzia, Sabará, Sete Lagoas e Mateus Leme. Após as entrevistas e recebimentos dos questionários, as analistas preencheram as fichas de observação respectivas e as encaminharam para o Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (IEDE).

O diretor do IEDE Ernesto Faria também mediou o webnário em conjunto com Cezar Miola. Ernesto salientou que o Instituto Rui Barbosa (IRB) sentiu a necessidade de dar sua contribuição para a sociedade neste momento e agradeceu a participação dos 26 tribunais de contas que participaram do estudo e também de Cezar Miola. “Vamos ter um cenário muito diferente do que éramos no período pré-pandemia”, ponderou. “Conseguimos olhar para 249 redes de ensino e retratamos bem esse período atual. Percebemos dificuldade maior em municípios pequenos. Eles têm dificuldade até para preencher o formulário”, disse Ernesto.

Whatsapp

De acordo com o estudo apresentado, o Whatsapp foi apontado como o principal meio de comunicação usado pelos professores e alunos neste momento. O que foi verificado é que a opção pelo uso da ferramenta foi pela facilidade que ela apresenta e também por algumas operadoras oferecerem pacote ilimitado para usufruir do serviço. Foi observado que muitos esclarecem dúvidas pelas mensagens curtas de Whatsapp e também por telefone.

Os debatedores lembraram do enorme desafio que os professores têm enfrentado em relação ao ensino a distância, em que todos tiveram que se adaptar muito rápido a nova situação. “Foi meio que um apagar de incêndio”, resumiu Ernesto.

Em relação ao ensino médio, foi percebido que os educadores disponibilizam menos conteúdo, embora haja uma preocupação com o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Em outros níveis de ensino, 53% dos professores da região Sudeste-Sul declararam que disponibilizam conteúdo semanalmente. Foi mencionado também que alguns locais fizeram parcerias com canais de televisão para transmitir conteúdo.

Os recursos Google Sala de Aula e Google Meet também são usados para transmissão de conteúdo. Grupos de Whatsapp e lives no Instagram também estão entre os métodos. O que foi verificado é que o Whatsapp, Google Sala de Aula e Instagram são utilizados por famílias que possuem internet. Para quem não tem acesso a internet, o conteúdo muitas vezes é entregue de porta em porta.

De acordo com o estudo, 79% dos educadores disseram que tem alguma estratégia para evitar evasão e abandono. Existe a preocupação das redes estaduais e municipais com estratégias de busca ativa, distribuição de merenda escolar e telefonemas para as famílias. Em relação a volta às aulas, a higienização é uma grande preocupação.

Participaram do evento também, secretários de educação e representantes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação e Distrito Federal (FNCE).


Redação: Karina Camargos Coutinho | Coordenadoria de Jornalismo e Redação | Diretoria de Comunicação