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Seminário no TCEMG discute o futuro da previdência

12/11/2019

Foto: Luiz Gustavo Ribeiro

A Reforma da Previdência e as novas obrigações decorrentes da Portaria número 464/2018 e a importância do Comprev (Compensação Previdenciária) para a obtenção de novos recursos financeiros foram os temas que abriram o I Seminário Estadual do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), na tarde de 11 de novembro de 2019. O evento organizado pela Associação Mineira de Contadores Públicos (AMCP) e realizado na sede do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) lotou o auditório Vivaldi Moreira. O tema a ser trabalhado em três dias de evento, que se inicia hoje (11/11), será “os desafios e perspectivas do futuro da previdência social aos municípios mineiros”.

A Portaria número 464/2018, publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 20 de novembro de 2018, revogou a Portaria do Ministério da Previdência Social (MPS) n° 403, de 10 de dezembro de 2008. A nova norma dispõe sobre as normas aplicáveis às avaliações atuariais dos RPPS da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e estabelece parâmetros para a definição do plano de custeio e o equacionamento do déficit atuarial. O coordenador-geral de auditoria e contencioso do Ministério da Fazenda, Miguel Antônio Fernandes Chaves, começou sua palestra explicando as novas regras para o “equilíbrio financeiro” trazidas pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 6, de 2019. A PEC foi aprovada em 23/10/2019, com regras aplicáveis direta e imediatamente a todos os entes da Federação, outras somente à União e algumas aplicáveis a disposições específicas para os estados, Distrito Federal e municípios.

Miguel apontou o rápido envelhecimento populacional (redução da taxa de fecundidade versus o aumento da expectativa de sobrevida) e a política de pessoal de recomposição de pessoal e concessão de aumento real de remuneração como riscos para os déficits financeiros e atuariais crescentes. Além disso, a não constituição de reservas necessárias para cumprir o plano de benefícios; a capacidade orçamentária e financeira dos entes federativos, que impactam na solvência e liquidez dos regimes; e os atrasos e parcelamentos de proventos e pensões também foram apontados como fatores que contribuem para os déficits.

O coordenador também explicou as regras da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) número 133, de 2019, que permite que os estados, o Distrito Federal e os municípios adotem em seus regimes próprios de previdência social as mesmas regras aplicáveis ao regime próprio da União. Miguel falou sobre os riscos da PEC e algumas alternativas relacionadas a ela.

O especialista em compensação previdenciária, Fabiano Hernandes de Assis, foi o segundo palestrante da tarde. Ele falou sobre a importância do Comprev (Compensação Previdenciária) para a obtenção de novos recursos financeiros. Comprev é a compensação financeira entre os regimes previdenciários (RGPS e RPPS / RPPS e RPPS), nos casos de contagem recíproca de tempo de contribuição para efeito de aposentadoria. O especialista citou a legislação específica, os motivos para se fazer a Comprev, como fazer, como operacionalizar, como potencializar e as perspectivas em relação a ela.

RPPS é a sigla de Regime Próprio de Previdência Social. Trata-se de uma modalidade de previdência pública voltada, exclusivamente, aos servidores públicos titulares de um cargo efetivo. Excluem-se deste grupo os empregados das empresas públicas, os agentes políticos, servidores temporários e detentores de cargos de confiança, todos filiados obrigatórios ao Regime Geral. Já o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem suas políticas elaboradas pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda e executadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Este Regime possui caráter contributivo e de filiação obrigatória. Dentre os contribuintes, encontram-se os empregadores, empregados assalariados, domésticos, autônomos, contribuintes individuais e trabalhadores rurais.

Fabiano contou que é preciso começar com uma Celebração do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), firmada entre a Secretaria de Previdência do Ministério da Economia, com interveniência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e o ente federado com RPPS, com a interveniência da unidade gestora, para operacionalização da compensação previdenciária. 

Mesa de honra

O conselheiro substituto do TCEMG, Hamilton Coelho; a presidente da AMCP, Regina Lopes; o promotor do Ministério Público de Minas Gerais, José Carlos Fernando Júnior; o prefeito de Pará de Minas, Elias Diniz e o gerente regional da Caixa Econômica Federal (CEF), Rômulo Martins de Freitas abriram o evento. O conselheiro Hamilton Coelho ressaltou, em seu discurso, os desafios da previdência que, na visão dele, são a “harmonização dos interesses, a definição da contribuição justa e suficiente, e o acesso e a participação na gestão dos fundos previdenciários”. O conselheiro avaliou que esses desafios são “certamente superáveis" pelos contadores a quem ele definiu como “classe fundamental de profissionais” que “assegurará a todos um futuro equilibrado e seguro”.


Redação: Karina Camargos Coutinho | Coordenadoria de Jornalismo e Redação