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TCE apresenta processo de implementação de avaliação de políticas públicas em congresso

24/11/2020

No sudoeste da Europa, banhada pelos mares Egeu e Jônico, a Grécia foi o berço para a civilização ocidental como conhecemos hoje. Origem da democracia, pensamentos filosóficos e artísticos, os gregos nomearam de Ágora o espaço reservado para debaterem sobre vários assuntos e conceitos que se formavam por lá, centenas de anos antes de Cristo. Ontem, 23 de novembro, à noite, de uma sala batizada com o mesmo nome - não por coincidência -, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) Sebastião Helvecio mediou os painéis de abertura do VI Congresso Internacional de Controle e Políticas Públicas.

Quilômetros de distância separam o ambiente de reuniões do TCEMG, que faz parte da Central Suricato de Fiscalização Integrada, Inteligência e Inovação da capital grega, mas foi de lá, Atenas, que veio a primeira apresentação da noite, feita pela juíza do Tribunal de Contas da Grécia, Anna Papaganagiotou. A conselheira compartilhou com os participantes o funcionamento do instituição mediterrânea. Um pouco mais próximo de nós, mas ainda assim do outro lado do oceano Atlântico, o conselheiro presidente do Tribunal de Contas de Portugal, José Tavares, também dividiu com os espectadores as experiências na esfera de controle do órgão lusitano.

Vice-presidente de Relações Institucionais do Instituto Rui Barbosa (IRB), Helvecio cumprimentou o presidente do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA) pelo entusiasmo na organização dessa edição e agradeceu aos mais de 1.600 inscrito de todas as regiões do Brasil.

TCE apresenta implementação de Avaliação de Políticas Públicas

O TCE de Minas Gerais também marcou presença hoje, 24 de novembro, no segundo dia do Congresso. A analista de Controle Externo Raquel Simões participou do painel Experiências dos Tribunais de Contas em Avaliação de Políticas Públicas, junta do auditor do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), Bruno Fardin Faé. O bate-papo foi mediado pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Ceará e vice-presidente de Auditoria do IRB, Edilberto Carlos Pontes Lima.

Assessora do gabinete do conselheiro Sebastião Helvecio, Raquel contou como tem sido implementado os procedimentos para Avaliação de Políticas Públicas no Tribunal de Contas mineiro. O primeiro passo foi a criação de uma unidade dentro da estrutura do TCE, regido por normativas. A partir de então, a equipe do núcleo de avaliação de programas e políticas públicas inicia estudos para selecionar um tema.

O processo é dividido em três fases. A primeira é a preliminar, na qual é feita a seleção do tema, averiguando o contexto socioeconômico do momento, a magnitude de alcance do trabalho, complexidade e percepção do público. Também é verificado a viabilidade, criado um planejamento e elaboração do plano de avaliação. Segundo Raquel, é necessário confirmar se o programa ou política escolhido é passível de ser analisado, se há recursos. Nessa mesma etapa são desenvolvidos o planejamento, objetivo, escopo da avaliação, revisão bibliográfico e dados, cronograma e quais os insumos necessários.

Em um segundo momento se inicia a fase de execução, onde é feita a formação de um conselho consultivo, seguindo as regras do regulamento. O grupo é formado por um relator do TCEMG, um representante do poder executivo, outro do legislativo local, beneficiários, outras entidades interessadas e membros da academia especialista. Raquel chamou a atenção na composição do comitê para que haja um número equilibrado de pessoas, para que não atrapalhe no gerenciamento do projeto. Em seguindo é elaborado um relatório com todos os dados recolhidos e uma manifestação do conselho consultivo.

Por fim, na fase de deliberação, comunicação e monitoramento, a reunião dos autos segue o rumo comum de um processo dentro do Tribunal de Contas. Ele é incluído em pauta pelo relator para ser apreciado em uma sessão plenária. Dessa forma, os conselheiros podem levantar sugestões baseadas em evidências empíricas. Nessa natureza, não cabe nenhum tipo de sanção ou recursos pelos interessados. A comunicação também mantem o rito normal, como a disponibilização do documentos no portal da internet e encaminhamento aos interessados.

Depois de todo esse trâmite, o TCE deve fazer o monitoramento, em veículos oficiais, para saber se as sugestões feitas foram ou não acatadas e, dessa forma, é elaborado Anuário de Programas e Políticas Públicas contendo síntese das ações conduzidas pelo gestor do programa.

Raquel ressaltou que a Avaliação de Políticas públicas é um novo produto e se difere em alguns pontos de uma Auditoria Operacional. Entre as dificuldades encontradas, além da mudança de cultura, a inovação e a quebra de paradigmas, a assessora também destacou a complexidade das matérias, métodos de análises e temas multidisciplinares como desafios a serem vencidos. “Ainda estamos em fase de experiência, mas eu acredito que estamos no caminho certo”, finaliza.

Congresso se firma na agenda de eventos da administração pública

Organizado pelo IRB, o Congresso Controle e Políticas Públicas foi idealizado pelo conselheiro Sebastião Helvecio, quando ele presidiu a instituição, entre os anos de 2014 e 2017. O evento é um dos maiores acontecimentos do setor e já se consolidou no calendário anual dos Tribunais de Contas de todo país. A conferência reuniu palestrantes nacionais e internacionais para multiplicação de conhecimento e intercâmbio de experiências, com o objetivo de melhorar a gestão pública e o aperfeiçoamento dos TCs nacionais.

O evento tem o propósito de estimular os três compromissos fundamentais do IRB: integração, inovação e internacionalização. A integração se consagra na participação de todos os Tribunais de Contas do Brasil, jurisdicionados e academia; a inovação na apresentação e reflexão de temas atuais que refletem a busca constante dos órgãos de controle por uma atuação relevante em benefício dos cidadãos; e a internacionalização com a participação de palestrantes internacionais compartilhando temas e tendências do mundo globalizado.

Este ano, em virtude da pandemia do Covid-19, pela primeira vez, os debates aconteceram de forma on-line, através do canal do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA), no YouTube. O evento também contou com o apoio do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA).

O evento de hoje pode ser acessado aqui.

Para assistir as apresentações da abertura, clique aqui.


Fred La Rocca | Coordenadoria de Jornalismo e Redação