Siga-nos nas redes sociais:

Acessibilidade

AUMENTAR CONTRASTE

DIMINUIR CONTRASTE

TCE aprova auditoria operacional para erradicação de lixões

06/12/2019

https://www.flickr.com/photos/agenciasenado/35450941556

A Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) aprovou, na sessão do dia 05/12/2019, o relatório da Auditoria Operacional, que avaliou as ações adotadas pelo Estado para a erradicação dos lixões no território mineiro, processo nº 1.007.893. Os conselheiros fizeram 38 recomendações à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para a elaboração de um plano de ação com as providências nos pontos avaliados. Todos os membros da Primeira Câmara aprovaram, integralmente, o voto do relator do processo, conselheiro Durval Ângelo.

A equipe técnica visitou 25 municípios do Estado, entre agosto e setembro de 2015 e analisou os principais aspectos sobre os sistemas de resíduos sólidos urbanos (RSU) implantados e sua contribuição para a preservação do meio ambiente e da saúde pública. Os temas analisados foram regularização ambiental; fiscalização ambiental; sustentabilidade dos empreendimentos; recuperação ambiental de áreas degradadas; planejamento da gestão dos resíduos sólidos urbanos; e reutilização, reciclagem, compostagem e recuperação dos resíduos sólidos urbanos.

O relatório de auditoria observou que o processo de licenciamento é moroso e desgastante. E a Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF), que é o instrumento utilizado para agilizar a regularização de empreendimentos de pequeno porte, está comprometendo o controle ambiental devido à ausência de vistoria prévia nesses empreendimentos.

A equipe do TCEMG também verificou um número reduzido de fiscalizações na fase pós licença e pouca efetividade na fiscalização de empreendimentos irregulares. Verificou-se também que a baixa capacidade operacional e a ausência de sustentabilidade financeira dos empreendimentos justificam o insucesso da grande maioria dos financiamentos públicos. Alguns municípios chegam a implantar os empreendimentos e em pouco tempo, por total falta de manutenção adequada, eles são abandonados tornando-se lixões a “céu aberto” ou mesmo instalações com as edificações e estrutura sucateada e os equipamentos destruídos.

O relatório também aponta que 80% dos municípios mineiros não possuem Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS). Isso se deve principalmente aos quadros municipais despreparados não possuindo condições técnicas para gestão adequada dos resíduos e a não elaboração do plano estadual, que poderia ser utilizado como balizador dos planos municipais.
A auditoria concluiu também a necessidade de maior participação do Estado na implementação de aterros sanitários regionais ou consorciados, tendo em vista a dificuldade dos municípios para fazer a gestão adequada dos RSU.

Quanto às ações de incentivo à coleta seletiva e apoio aos catadores de resíduos recicláveis apresentadas no Plano Estadual de Coleta Seletiva, constatou-se que as metas propostas foram baixas, e, não foram totalmente cumpridas, ademais, apenas 56% dos municípios mineiros foram monitorados visando à continuidade das ações. E quanto aos programas de Educação Ambiental verificou-se uma descontinuidade das ações desenvolvidas e o baixo número de municípios auxiliados pela Feam/FIP, o que tem comprometido os resultados na busca da efetividade da redução, reutilização e reciclagem dos resíduos.

O Tribunal de Contas fez 38 recomendações direcionadas aos secretários da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/Fundação Estadual do Meio Ambiente (Semad – Feam), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), fixando prazo de 90 dias, para que encaminhem ao TCEMG um plano de ação contemplando as ações que serão adotadas, no âmbito das competências de cada secretaria, para o cumprimento desta decisão.


Alda Clara – Coordenadoria de Jornalismo e Redação