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TCEMG reforça fiscalização de ações de combate à violência doméstica do Estado de Minas Gerais

03/09/2025

O Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCEMG) aprovou, nesta quarta-feira (03/09), por unanimidade, o monitoramento dos Planos de Ação de enfrentamento à violência doméstica no estado. Os documentos foram elaborados em conjunto pelo TCEMG e instituições responsáveis pelo atendimento às vítimas.
 
Durante a sessão do Tribunal Pleno, o conselheiro e relator do processo, Agostinho Patrus, destacou a responsabilidade da sociedade e, em especial, dos órgãos públicos no combate à violência.
 
“Neste monitoramento que acabamos de aprovar estamos dando um passo, mas é apenas uma gota diante de um oceano de problemas. Como Tribunal de Contas, não podemos fechar os olhos. Nosso papel é fiscalizar políticas públicas, cobrar resultados e garantir que recursos sejam aplicados em medidas de proteção e prevenção. Precisamos, juntos, construir uma sociedade que não tolere nenhuma forma de violência contra a mulher”, ressaltou o relator. 
 
Em Minas Gerais, a cada três dias uma mulher foi vítima de feminicídio em 2024. Os dados do Mapa da Segurança Pública de 2025 revelam um cenário preocupante: mesmo com a redução no número de ocorrências - de 167 em 2023 para 133 em 2024 - o Estado continua entre os que mais registram casos no país, atrás apenas de São Paulo (253 casos). Quando se considera a taxa por grupo de 100 mil mulheres, Minas Gerais (1,22), ultrapassa São Paulo (1,07), o que reforça a gravidade da situação.

Ações integradas e monitoramento
 
Em 2020, o TCEMG iniciou auditoria operacional com o objetivo de avaliar as ações de Minas Gerais para o enfrentamento à violência doméstica. Foram avaliados programas, projetos e atividades governamentais dos órgãos e entidades que integram a administração pública, relacionados ao tema, com o objetivo de aperfeiçoar as políticas públicas. O processo nº 1.095.283, de relatoria do conselheiro Agostinho Patrus e referendado nesta quarta-feira pelo Pleno do Tribunal de Contas, reforça a importância de dar continuidade ao monitoramento dessas políticas, integrando-as às ações permanentes de controle do TCEMG nos municípios.
 
São alvos desse trabalho de monitoramento a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), a Polícia Civil, a Polícia Militar (PMMG), a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e a Defensoria Pública, que prevê, dentre uma série de recomendações, estudos para implementação, melhorias e expansão dos Centros de Referência de Atendimento à Mulher; das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher no Estado; do Serviço de Prevenção à Violência Doméstica da PM e dos Núcleos e Defensorias Especializadas na Defesa dos Direitos das Mulheres em Situação de Violência (Nudems). 
 
Também serão acompanhados pelo TCEMG os mecanismos de divulgação sobre a rede pública de enfrentamento à violência contra mulher e realização de campanhas de conscientização, além de treinamento das equipes responsáveis pelos atendimentos e encaminhamentos das vítimas. 
 
Ações específicas também foram recomendadas à cada órgão, como a ampliação do acesso de mulheres à formação profissional, especialmente às vítimas de violência em situação vulnerável, no caso da Sedese. À Sejusp foi recomendado o planejamento para aumentar o número de profissionais que atuam nos programas Mediação de Conflitos e na Central de Acompanhamento de Alternativas Penais (Ceapa), estabelecendo indicador/metodologia sobre a reincidência dos agressores. Também foi solicitada a elaboração de estudo sobre as causas e consequências da violência doméstica no Estado, para subsidiar as ações de prevenção.
 
À Defensoria Pública, o Tribunal de Contas solicita, dentre diversas ações, estudo para ampliação dos Nudems no Estado e preenchimento dos cargos vagos nos Núcleos e Defensorias, além da implantação de coordenadoria específica para os defensores que atuam na temática de violência doméstica. O TCEMG recomenda aos órgãos que recebem denúncias e realizam atendimentos que promovam a integração e o compartilhamento dos dados das medidas protetivas.
 
A todos os órgãos citados, recomenda-se parcerias com demais secretarias, órgãos públicos e redes de apoio para trabalhar o enfrentamento da violência doméstica de forma transversal (conjunta). No tocante a orçamento, o TCE recomenda que a Sejusp promova esforços visando à execução do que se encontra definido no Plano Plurianual de Ações Governamentais (PPAG) para as ações de prevenção à violência doméstica, e que os outros órgãos estabeleçam no PPAG e/ou na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA) dotação orçamentária específica para o atendimento das políticas para as mulheres.