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Transparência nas contratações públicas fecha evento da ARCCO 2021

06/12/2021

Eduardo Franco Neto (AGE-MG); Leonardo Ferraz (PBH); Pedro Henrique Magalhães (TCEMG)

Com a participação do diretor de Controle Externo do TCEMG (Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais), Pedro Henrique Magalhães, do procurador do Estado, Eduardo Franco Neto, da Advocacia Geral do Estado – AGE, e do controlador-geral do Município de Belo Horizonte, Leonardo Ferraz como mediador, o terceiro painel do evento que comemora o Dia Internacional Contra a Corrupção, deu destaque ao debate sobre a transparência nas contratações públicas.

Leonardo Ferraz abriu o painel contextualizando a origem da obrigação do governante prestar contas. Ele relembrou a Revolução Francesa que além dos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, também deu origem à responsabilização do governante pelos seus atos. Segundo o controlador-geral, “a ideia de sigilo num Estado democrático de Direito não pode ser regra, pois ela é contrária aos princípios basilares do Estado Democrático”. Ele afirmou que a nossa Constituição Federal trouxe, não só o principio da publicidade do artigo 37 para legitimar os atos públicos, mas também o direito à informação e à petição, no artigo quinto; e mais recentemente, a Lei de Acesso à Informação se tornou mais um meio pelo qual o cidadão pode exercer o controle social. Leonardo Ferraz disse que entende o papel da transparência como um fio condutor para um Estado além de ético, eficiente; que entregue além de princípios, performance.

Após a abertura, Pedro Magalhães fez suas considerações a respeito das contratações públicas. Afirmou que a transparência pode ter papel importante no controle de preços das contratações da administração pública. Segundo ele, a transparência é uma facilitadora de relações entre o poder público e os fornecedores e prestadores de serviço. Exemplificou: “quando se divulga os estágios da despesa, empenho, liquidação, pagamento, se dá previsibilidade ao contratado. Com maior previsibilidade, se garante mais segurança jurídica e a redução de riscos do fornecedor que poderá, em futuras contratações, reduzir o valor das propostas comerciais”. Ele disse que a nova Lei de Licitações já vem com esta obrigação de divulgar a ordem cronológica dos pagamentos, que favorece o controle social.

O procurador do Estado, Eduardo Franco, foi o último a fazer considerações a respeito do tema. Segundo ele, a nova Lei de Licitações trouxe um grande avanço no aspecto da transparência. Ele falou de estudos que apontam que a maioria das paralizações em licitações são por problemas de erros formais e não por corrupção. “Hoje percebemos que nós estamos repelindo os interessados nas licitações, somos nós que estamos fazendo que o Estado contrate mais caro, porque a gente fica interpretando a lei e dando esta realidade a ela. A nova Lei nos dá a chance de mudar isso e melhorar essa assimetria de informações entre o poder público e o contratado. A nova Lei preza pela transparência entre as partes e traz conceitos do direito civil como boa-fé, cooperação, e confiança; ela destaca também a gestão dos procedimentos como planejamento, integridade, capacitação e gestão de risco. Eduardo afirmou “vamos ter que amadurecer a nova Lei para não punir o gestor inábil sem necessidade ou paralisar os procedimentos da licitação, sem que haja um prejuízo claro”.

O evento realizado hoje, 06/12/2021, foi transmitido pelo Youtube, pela TV-TCE e trouxe à discussão temas importantes sobre o combate à corrupção, dividido em 03 painéis temáticos: Programa Nacional de Prevenção a Corrupção (PNPC), Sistemas de integridade e Ferramentas de Combate à Corrupção e Transparência das Contratações Públicas.

O Dia Internacional contra a Corrupção é celebrado oficialmente em 9 de dezembro, pois remete à data em que o Brasil e mais 101 países assinaram a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, em 2003, na cidade de Mérida, no México.

Para assistir os painéis de debate da tarde, clique aqui.


Alda Clara – Coordenadoria de Jornalismo e Redação do TCEMG