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Tribunais de Contas fortalecem comunicação com a sociedade

14/08/2013

O apelo das manifestações que varreram o país nos últimos dois meses por mais clareza na administração pública foi ao encontro do pensamento de corregedores e ouvidores de Tribunais de Contas do Brasil e fortaleceu o debate do evento nacional que ocorreu nesta segunda-feira (12/8) no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ), sobre o tema Transparência, Ética e Cidadania – o XII Encontro do Colégio dos Corregedores e Ouvidores dos Tribunais de Contas.

Palestras, debate e oficinas permitiram aos participantes discutir, durante todo o dia, o papel estratégico das corregedorias e ouvidorias no aperfeiçoamento dos controles externo e social da gestão pública. Um documento foi elaborado ao final do encontro com propostas de ações que serão aprofundadas no XIII ECCOR, em Fortaleza (CE), em junho de 2014.

"No momento em que a população reclama mais transparência nos gastos públicos, comportamento ético de governantes, respeito aos direitos do cidadão, outro não poderia ser o tema do encontro. A acertada escolha demonstra que desejamos aprofundar a discussão sobre o papel dos tribunais de contas como garantidores da ética e da transparência", destacou o Presidente do TCE/RJ, Jonas Lopes de Carvalho Junior, anfitrião do encontro organizado pelo Colégio de Corregedores e Ouvidores dos Tribunais de Contas do País (CCOR), TCE-RJ, Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e Instituto Rui Barbosa (IRB).

Ao abrir o encontro, Jonas Lopes ressaltou que a Corte de Contas fluminense criou recentemente a sua Ouvidoria, sob o comando do Conselheiro Aluisio Gama de Souza, Vice-Presidente do TCE-RJ. Para o ouvidor, que há dez anos, em congresso na Bahia, já havia proposto a criação de mecanismos para aliar organizações sociais ao trabalho de fiscalização, as ouvidorias são importantes não apenas para dar transparência, mas principalmente para o aperfeiçoamento da qualidade do serviço público.

O Presidente do Colégio de Corregedores e Ouvidores dos Tribunais de Contas do país e Corregedor do TCEMG, Cláudio Couto Terrão, também destacou a importância do encontro, e disse que restam poucos tribunais de contas no País sem ouvidorias. O encontrou contou ainda com as presenças do Procurador-Geral do TCE-RJ, Sergio Cavalieri Filho; do Conselheiro José Gomes Graciosa; do Presidente do Tribunal de Contas do Município do Rio (TCMRJ), Thiers Montebello, e do Vice-Presidente do TCEMG e Vice-Presidente do IRB, Sebastião Helvecio, entre outras autoridades.

Convidados do evento, o filósofo Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, e o sociólogo Caio Magri, gerente executivo de Políticas Públicas do Instituto Ethos de Empresas de Responsabilidade Social, falaram aos participantes. O jornalista Sidney Rezende mediou debate que sucedeu as palestras de Caio Magri e Renato Janine Ribeiro.

Em sua palestra, Caio Magri apontou alguns caminhos que, segundo ele, podem contribuir para a modernização da gestão pública. Entre eles, o diálogo permanente com a sociedade civil organizada e a utilização de indicadores e metas que ampliem a transparência e facilitem o controle social. "Precisamos refletir uma forma de as ouvidorias estimularem, de forma efetiva, a participação popular", observou. O gerente executivo do Instituto Ethos também destacou os avanços legais dos últimos dez anos que resultaram em ganhos de transparência ao setor público, como a Lei de Acesso à Informação, a Lei da Ficha Limpa, e a lei que pune agentes públicos em situação de conflito de interesse, a chamada quarentena para quem largar o serviço público.

Já Renato Janine Ribeiro observou que a ideia de transparência é mais do que simplesmente um princípio de honestidade no trato da coisa pública. "A transparência é o meio para ações serem éticas ou não", observou o filósofo. Ele destacou ainda a importância do uso de computadores e da internet como instrumentos que vieram para auxiliar o controle da administração pública. "Passamos a ter uma série de instrumentos numa expansão da transparência", disse Renato, para quem a transparência ajuda a identificar e diminuir a corrupção. Mas, advertiu: "Não é porque hoje se pode fazer uma gestão mais transparente que vamos abrir mão da moralidade."

Oficinas

Na parte da tarde, servidores e conselheiros dos tribunais de contas participaram de oficinas para debater ética e transparência nas atividades das ouvidorias e corregedorias dos TCs de todo o país. O "word café" foi a metodologia utilizada na dinâmica, conduzida pela Coordenadora-Geral da Universidade da Juventude, Ditta Dolejsiova.

Clique e leia a matéria sobre a abertura do evento


*Fonte: TCE/RJ