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Conferência de filósofo espanhol encerra Congresso Internacional

09/10/2015

Foto: Maurílio NogueiraCoube ao professor de Filosofia da Universidade do País Basco, Daniel Innerarity, realizar – nesta quinta-feira, 8 de outubro - a conferência de encerramento do Congresso Internacional de Controle e Políticas Públicas. Ao apresentá-lo aos 1.500 participantes presentes no Minascentro, em Belo Horizonte, o anfitrião e Presidente do Instituto Rui Barbosa (IRB) e do Tribunal de Contas do Estado (TCEMG), Conselheiro Sebastião Helvecio, revelou que a obra do espanhol é uma das principais influências no seu pensamento acerca das instituições.

Em sua apresentação, Daniel Innerarity afirmou que o futuro não está bem atendido pela geração atual, que, para ele, vive uma enorme distração coletiva. A realidade estaria inserida numa tirania do presente, um imperialismo, que parasita o tempo futuro. Dessa forma, o professor fez uma crítica à sociedade atual, definida como “de satisfação imediata” em que o presente é o único foco de gratificação e interesse.

Ao discorrer sobre a democracia, Innerarity reconheceu que ela é muito vulnerável aos grupos de pressão. “Mas alguns grupos são incapazes de fazer pressão, como, por exemplo, os que ainda não nasceram”, disse. A sociedade, segundo o filósofo, presta atenção apenas nos riscos atuais e nenhuma atenção é dada aos riscos futuros. Ele citou o consumo desenfreado e as contaminações ambientais como prova disso.

A organização política também é objeto do pensamento do acadêmico. O comportamento eleitoral repetiria, hoje, no plano do tempo, convicções que no passado foram expressas pelos nacionalistas quanto ao espaço e aos laços de sangue. “Antes, tínhamos: primeiro os nacionais. E, no presente, temos: primeiro os de agora. Os cidadãos de hoje têm mais direitos do que os cidadãos de depois. Trata-se de imperialismo temporal, de dominação das gerações atuais sobre as futuras, de expropriação do futuro dos outros”, denunciou.