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Gestão de pessoal da Educação e compras sustentáveis são temas do segundo dia do Encontro Técnico

26/05/2017

Público presente no evento (Foto: Karina Coutinho)Na manhã de 26/5/2017, no segundo e último dia do Encontro Técnico “TCEMG e os municípios”, as compras públicas sustentáveis e os aspectos jurídicos da gestão de pessoal dos profissionais da Educação no Plano Nacional de Educação (PNE) foram temas debatidos por especialistas. Em uma parceria feita entre o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) - Minas, as compras públicas sustentáveis foram abordadas pela ótica de um técnico do Sebrae - Alessandro Chaves - e de uma técnica do Tribunal, Érica Apgaua. Além disso, a procuradora do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (MPCMG), Cristina Melo, falou sobre a gestão de pessoal da Educação sob o aspecto da lei. O conselheiro substituto do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), Hamilton Coelho, estava presente na abertura dos trabalhos.

Coordenadora de Fiscalização de Editais de Licitação do TCEMG, Érica Apgaua (Foto: Karina Coutinho)A coordenadora de Fiscalização de Editais de Licitação do TCEMG, Érica Apgaua, falou sobre os tipos e as fases da licitação. De acordo com ela, o processo licitatório deve cumprir as seguintes etapas: planejamento estratégico e anual, diagnóstico da demanda, elaboração de termo de referência ou projeto básico, licitação, contrato, gerenciamento do contrato e a fiscalização dele. Apgaua disse que é importante a reflexão, por parte dos gestores, se é realmente necessária a compra e que deve haver a preocupação com a promoção do desenvolvimento sustentável. 
 
Ela também falou sobre as licitações irregulares em relação à merenda escolar. “O dinheiro da merenda, infelizmente, está sendo superfaturado e isso traz um impacto muito grande na alimentação dos alunos”, alertou. Érica apresentou como exemplo de processo irregular para compra de alimentação escolar uma licitação que foi alvo de uma Representação feita ao TCEMG. Nela houve sobrepreço e, também, a escolha de um alimento vedado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), no caso, o refrigerante.
 
O gerente de Desenvolvimento de Territórios do Sebrae, Alessandro Chaves, focou sua palestra no tema “Prefeitura: agência de desenvolvimento”. Ele lembrou que, em muitas cidades, a prefeitura é a maior empresa e, por isso, os gestores têm importante papel. Ele explicou que o Sebrae trabalha apoiando o pequeno empreendedor e aprimorando o ambiente de negócios. Ele explicou sobre a importância da agricultura familiar e de se realizar compras do produtor local para fortalecer o mercado interno. “É fundamental mapear no território quem está próximo e quem vende produtos”. De acordo com ele, no ano passado, 50% das compras públicas foram feitas em pequenos negócios e 26% das compras para merenda escolar foram feitas na agricultura familiar. 
 
Secretária de Educação do município de Chapada Gaúcha (Norte de Minas), Marcia Pena (Foto: Karina Coutinho)A secretária de Educação do município de Chapada Gaúcha (Norte de Minas), Marcia Pena, defendeu que a agricultura familiar deve ser valorizada. “Nós, enquanto gestores, queremos que o dinheiro fique dentro do nosso município.” Ela disse que a gestão de Chapada Gaúcha tem planos de aumentar o percentual de 43% investido em agricultura familiar. “Nós temos uma meta para este ano de aumentar esse percentual para 90%”, afirmou. 
 
A Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, determina que no mínimo 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal, pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Pnae deve ser utilizado na compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações.
 
Procuradora do Ministério Público de Contas falou sobre Gestão de Pessoal da Educação
 
Procuradora do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas (MPCMG), Cristina Melo (Foto: Karina Coutinho)Cristina Melo, procuradora do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas (MPCMG), enumerou os principais entraves à Educação no Brasil: desvio de recursos públicos, subfinanciamento da Educação e a baixa qualidade do planejamento e execução das ações voltadas para a área. Ela também falou sobre a precarização da carreira de magistério no Brasil. “Apenas 2% dos jovens brasileiros deseja seguir a carreira do magistério, algo tão importante para o desenvolvimento de qualquer país”, assinalou. Na visão dela, este é o maior desafio da Educação no país.
 
Ela explicou, também, que o planejamento minucioso do quadro funcional, com professores efetivos admitidos mediante concurso público e cargos organizados em carreira são pressupostos jurídicos da boa gestão de pessoal. Além disso, o pagamento do piso salarial nacional também deve ser garantido. 
 
De acordo com a procuradora, o Plano Nacional de Educação (PNE) considerou tolerável que 90%, no mínimo, do quadro docente seja de servidores efetivos, e que 10%, no máximo, seja de contratações temporárias e comissionados. Ela sugeriu aos participantes que acessem o portal planodecarreira.mec.gov.br para realizarem pesquisas e buscar informações a respeito. 

Karina Camargos Coutinho / Coordenadoria de Jornalismo e Redação