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Servidora do TCEMG ministra curso para auditores na África

08/10/2018

Regina  de Assis Bernardo em curso para auditores na África

A analista de controle externo do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) Regina Lopes de Assis Bernardo ministrou curso em Angola, na África, para o Ministério de Finanças Públicas e o Instituto de Treinamento de Finanças local. O workshop foi realizado no período de 1 a 5 de outubro de 2018. O evento foi direcionado aos auditores do Tribunal de Contas de Angola. O assessor da Presidência, Pedro Henrique Magalhães Azevedo, participou, de forma virtual, fazendo uma videoconferência para os técnicos angolanos sobre o tema “Transparência e accountability”. Angola é uma antiga colônia de Portugal onde a língua portuguesa ainda predomina e é a oficial.

A viagem foi toda custeada pela organização não-governamental Financial Services Volunteer Corps (FSCV), que tem sede em Nova York. A servidora Regina atuou como voluntária da FSVC no projeto intitulado “Consultations to Develop a Mock Audit of Education and Health Bugets”. A organização, sem fins lucrativos, tem como objetivo fortalecer setores financeiros dos países em desenvolvimento. De acordo com o documento que solicitou a participação da servidora no evento ao TCEMG, a FSVC já “atuou em mais de 65 países e mercados emergentes”. A contadora da Secretaria de Estado da Fazenda Rosana Maria Gonçalves de Souza também viajou para Luanda com a servidora do TCEMG. As duas eram as únicas brasileiras instrutoras presentes no evento.

O curso

Regina Lopes ressaltou que foi uma experiência muito rica. “Foi uma troca de conhecimento. O Tribunal de Contas de Angola tem um corpo de auditores muito preparado. São advogados, administradores, engenheiros e contabilistas. Durante o workshop, a participação dos auditores foi intensa, com muitos questionamentos sobre a nossa vivência”. Além disso, ela conta que “os auditores angolanos demonstraram ter bons conhecimentos sobre auditoria e que o programa da FSVC já havia possibilitado um curso com uma extensa parte teórica sobre o tema. “Nos coube levar uma metodologia que pudesse contribuir para a melhoria da auditoria realizada pelos auditores de lá”, frisou.

De acordo com ela, os auditores angolanos questionaram sobre o tempo necessário para a realização das auditorias, a relação com o auditado e a tramitação dos processos. Se interessaram também sobre as ações ao encontrar, nos trabalhos de campo, outros achados não relacionados ao objetivo da auditoria. Outro ponto que despertou o interesse dos angolanos no curso ministrado pela servidora foi a transparência da gestão pública.

Diferenças com o controle externo realizado no Brasil

A analista de controle externo do TCEMG informou que a fiscalização do Tribunal de Contas angolano é realizada por meio de auditorias preventivas e sucessivas. “A auditoria preventiva, ao meu entender, se aproxima mais da atividade das nossas controladorias internas. A auditoria sucessiva equipara-se ao controle externo. Lá eles ‘vistam’ os processos que podem ser concedidos ou negados. Assemelha-se com a aprovação ou a não-aprovação daqui. Se o visto for concedido, a empresa está apta para receber o valor contratado. Caso o visto seja negado, a empresa deve fazer os devidos ajustes”.

Impressões sobre Angola

Regina achou que as características climáticas e geográficas são parecidas com as do Brasil. “O povo é muito receptivo e alegre com o povo brasileiro. Os angolanos, com os quais tive contato, estão preocupados com a corrupção e querem um país melhor para se viver. É um país rico que vive essencialmente da venda do petróleo. Tem reduzida produção industrial de outros bens. Como me informaram, importam frango dos Estados Unidos e carne do Brasil”, contou a servidora.

Além disso, ela notou que o povo angolano conhece muito bem o Brasil e que se interessa pelo cenário político-eleitoral daqui. “Eles têm o Brasil como referência. Conhecem bem os estados brasileiros, fatos históricos, as músicas e os nossos costumes”, contou. Ela brinca que, com isso, se lembrou da letra de uma canção música brasileira que diz que “o Brasil não conhece a África, mas a África sabe bem do Brasil.”


Karina Camargos Coutinho | Coordenadoria de Jornalismo e Redação