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TCE aprova auditoria operacional na educação infantil em Oratórios

22/10/2019

foto ilustrativa de uso livre, retirada do site: https://live.staticflickr.com/5151/5906591148_df5004c6b5_b.jpg

A Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) aprovou, por unanimidade, na sessão do dia 22/10/2019, o relatório da Auditoria Operacional, que avaliou o desempenho da educação infantil municipal, (processo nº 1.047.628), na cidade de Oratórios, Zona da Mata mineira. Os conselheiros fizeram recomendações ao prefeito da cidade e estabeleceram um prazo de 90 dias para a elaboração de um plano de ação com as providências a serem efetivadas.

O voto do relator do processo, conselheiro Sebastião Helvecio, aponta que a auditoria do TCEMG foi realizada em novembro de 2017 e analisou três dos principais aspectos que influenciam a qualidade da educação ofertada nos anos iniciais do ensino fundamental: a gestão municipal, a gestão escolar e as políticas de valorização dos professores.

A equipe técnica apontou deficiências como “a ausência de equipe de transição, falha na prestação de contas dos recursos recebidos na gestão anterior, ausência de repasse de informações ao gestor eleito e desorganização administrativa, a ausência de um Plano Municipal de Educação (PME) adequado à realidade orçamentária e a falta de atuação dos principais atores responsáveis na educação para transição eficaz da gestão. Ainda, destacou a insuficiência de planejamento na gestão com falta de indicador municipal e a falta de informatização das escolas”. Para sanear estes pontos, o conselheiro fez as seguintes recomendações:

• Quando da eleição, formar equipe de transição para atuação em conjunto com a nova gestão eleita, mediante ato normativo específico com datas de início e encerramento dos trabalhos, identificação de finalidade e forma de atuação, com o objetivo de repassar informações gerenciais e organizar documentação para o gestor eleito.
• Realizar prestação de contas dos recursos recebidos tempestivamente, de forma a evitar o bloqueio de recursos para a nova gestão.
• Preparar relatórios para apresentação para a equipe de transição informando, em suma, decisões tomadas com repercussão e relevância no futuro.
• Promover a adequação do PME ao orçamento municipal de acordo com realidade local.
• Elaborar indicador municipal com objetivo de aprimoramento na avaliação da qualidade do EF nos anos iniciais.
• Apresentar ações e cronogramas com vistas a informatizar as escolas de EF nos anos iniciais.

A equipe de auditoria também observou outras deficiências como ausência de envolvimento da comunidade escolar nos assuntos relacionados ao sistema de ensino, ausência de instrumentos pedagógicos atualizados, ausência de eleição de cargo de direção, falta de plano de segurança, ausência de espaços estruturados, e propôs as seguintes recomendações ao gestor:

• Promover a eleição dos gestores escolares com a participação da comunidade de acordo com o estabelecido no PME e demais instrumentos legais.
• Atualizar os instrumentos pedagógicos: PPP e Regimento Escolar, para que estes reflitam os interesses da comunidade escolar e ampliem o controle social sobre o cumprimento das políticas públicas educacionais no Município.
• Promover a regularização dos conselhos escolar e fiscal com a participação da comunidade escolar para que tenham ciência de suas funções e que acompanhem as ações da escola e a transição de governo.
• Promover os reparos na estrutura física, conforme apontado e outras que julgar necessário, de forma que se adequem ao recomendado na legislação vigente e não acarretem risco aos prestadores de serviço das escolas bem como aos alunos, inclusive a regularização e atualizado do alvará de vigilância sanitária e alvará do corpo de bombeiros.
• No tocante à gestão escolar democrática, foi recomendado ao gestor municipal que compatibilize a indicação direta para os cargos de direção da escola com a nomeação de candidatos indicados em processo de consulta à comunidade escolar, preservando o caráter de coordenação pedagógica no processo de ensino e aprendizagem.

A auditoria destacou ainda a falta de planejamento do município quanto ao cumprimento das metas e estratégias do PNE, relativas à valorização dos professores, e recomendou:

• Repensar, em parceria com os professores, a economicidade e a eficácia das ações e procedimentos relativos à educação no Município; e com base nesse estudo crítico, planejar formas de tornar o ensino em Oratórios mais efetivo.
• Elaborar um curso para ser oferecido aos próximos professores a serem empossados, no qual se apresente de forma aprofundada as peculiaridades da docência nos anos iniciais do EF e as metodologias, práticas e filosofias pedagógicas adotadas pelo Município.
• Estabelecer equipe de profissionais experientes para supervisionar o professor novato a fim de fundamentar, com base em avaliação documental, a decisão de aprovação no estágio probatório.
• Consultar periodicamente os professores para saber quais cursos de capacitação eles estão necessitando e fornecer esses cursos de preferência em parceria com uma instituição de ensino superior.
• Capacitar e dar condições de trabalho para que os coordenadores pedagógicos implementem a formação continuada dos professores nas escolas em que eles lecionam.
• Organizar a grade de horários das escolas de modo que todos os professores permaneçam no máximo 2/3 da carga horária de trabalho em atividades de interação com os alunos.
• Viabilizar e planejar para que todos os professores possam ter acesso a computadores com internet durante o período em que estiverem planejando aulas
• Reajustar anualmente o vencimento dos professores com taxa no mínimo semelhante à do reajuste do piso nacional dos profissionais do magistério.
• Estimular a formação de uma comissão de professores representantes do corpo docente para discutir possíveis reestruturações no plano de carreira.

O conselheiro Sebastião Helvecio determinou que o prefeito de Oratórios, José Antônio Delgado, fosse intimado a enviar ao TCEMG o plano de ação, contendo o cronograma das determinações e a indicação dos respectivos responsáveis.

Alda Clara – Coordenadoria de Jornalismo e Redação