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TCEMG participa de estudo que mapeia iniciativas de redes de ensino durante a pandemia

17/06/2020

No dia 19 de junho, às 15h, o Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa (CTE-IRB), o Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) e 26 Tribunais de Contas, entre eles o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), realizam um webinário para lançamento da pesquisa “A Educação Não Pode Esperar”, no canal do CTE-IRB no Youtube. O relatório é resultado de um estudo, iniciado em maio deste ano, que reúne ações de redes públicas de ensino em áreas como práticas pedagógicas, suporte e formação de professores, orientação às famílias, distribuição de alimentos aos estudantes e estratégias para combater o abandono escolar e as defasagens de aprendizagem. O evento será apresentado pelo presidente do CTE-IRB, conselheiro Cezar Miola e o Diretor-Fundador do Iede, Ernesto Faria.
 
Serão apresentados os resultados do levantamento que mapeou as ações de 249 Secretarias de Educação (232 municipais e 17 estaduais) de 23 Estados de todas as regiões do País. Foram analisadas as capitais e municípios sorteados – metade entre os que possuem maior número de matrículas e metade entre aqueles que atendem alunos de nível socioeconômico mais baixo. 
 
Os principais pontos abordados pela pesquisa foram a oferta de atividades remotas; planejamento para a volta às aulas; mudanças em contratações e licitações para o enfrentamento da pandemia; distribuição de alimentos ou vouchers aos estudantes fazendo deste o mais amplo estudo feito até agora na área. 
 
O evento on-line reunirá, além das organizações já citadas, secretários de Educação e representantes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação e Distrito Federal (FNCE).
 
Sobre o estudo realizado em MG
 
Em maio de 2020, secretários de Educação responderam a dois questionários on-line e participaram de entrevistas via telefone ou videoconferência com técnicos dos Tribunais de Contas (TCs) do Brasil. As analistas de controle externo do TCEMG, Bruna Sarah Salomão e Soraya Caetano Aragão (designadas pela Portaria SCE n.04/2020) entrevistaram gestores da educação dos 12 Municípios selecionados no estado mineiro (Belo Horizonte; Setubinha; Fruta de Leite; Varzelândia; Japonvar; Ouro Verde de Minas; Betim; Montes Claros; Santa Luzia; Sabará; Sete Lagoas; Mateus Leme) e, ainda, da Rede Estadual de Educação de Minas Gerais. 
 
Após entrevistas e recebimentos dos questionários, as analistas preencheram as fichas de observação respectivas e as encaminharam para o IEDE. O IEDE e o IRB, a partir das informações constantes da documentação apresentada pelas diversas redes de educação do país e pelos Tribunais de Contas, elaboraram um esboço do relatório de recomendações, principal produto da pesquisa realizada, que foi debatido e complementado, pelos diversos participantes do projeto, nas reuniões realizadas no dia 08/06/2020 e no decorrer da mesma semana.
 
Segundo Bruna Salomão, “o estudo realizado, assim como o relatório elaborado, almejou difundir as boas práticas encontradas nas redes de educação dos mais diversos municípios brasileiros, auxiliando e orientando os gestores nesse momento tão delicado”. 
 
Iniciativas e estratégias levantadas durante a pesquisa
 
Entre algumas das iniciativas levantadas nos municípios participantes pode-se observar que, apesar das inúmeras dificuldades do período que vivemos impactarem na vida dos estudantes, algumas redes estão empenhadas na busca por alternativas para contornar suas limitações. É o caso do município de Setubinha (MG) que criou estratégias para possibilitar a aprendizagem dos alunos, uma vez que a extrema pobreza da população não permite que sejam feitas videoaulas ou seja cobrado o uso do celular ou computador deles. Os professores elaboram as atividades dos estudos remotos, tiram as cópias na Secretaria Municipal de Educação e as entregam aos responsáveis ou aos próprios alunos, todas as segundas-feiras, nas escolas onde trabalham possibilitando a participação de todos. 
 
O uso de aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, para comunicação entre os profissionais da educação e os alunos e seus responsáveis, também tem sido uma ferramenta bastante útil para fins pedagógicos e, principalmente, para manter o vínculo do estudante com a escola, minimizando as chances de que ele abandone ou evada quando as aulas presenciais retornarem.
 
Sobre os resultados
 
Com relação a oferta das atividades não presenciais, 82% das redes municipais têm alguma estratégia para oferecer aulas ou conteúdos pedagógicos aos estudantes durante a pandemia e 18% disseram não ter. Todas as 17 redes estaduais analisadas disseram ofertar algum tipo de atividade não presencial no momento.
 
Sobre o suporte e formação de professores, 39% das redes municipais dizem que estão ocorrendo ou já ocorreram formações para os professionais desenvolverem atividades a distância com os estudantes e 61% afirmam que não. Das 17 redes estaduais, 14 declaram que ofereceram algum tipo de formação.
 
A pesquisa apontou também as principais preocupações das redes com a volta às aulas presenciais. Entre as várias respostas pôde-se observar a preocupação em garantir a saúde e segurança dos estudantes, educadores e funcionários, evitando contágio pelo novo coronavírus no ambiente escolar, lidar com o impacto emocional da pandemia nos alunos e profissionais, cumprir as 800 horas letivas previstas em Lei e garantir equidade na aprendizagem, sabendo que os estudantes tiveram diferente acesso e aproveitamento das atividades remotas.
 
Os resultados completos do estudo que mapeia iniciativas das redes de ensino durante a pandemia e planejamento para a volta às aulas serão disponibilizados durante o webinário no dia 19/06.

 

Luiz Gustavo Ribeiro / Coordenadoria de Jornalismo e Redação