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Encontro Técnico do TCEMG coloca combate ao Covid-19 em cartaz

10/11/2020

Um vírus se espalha pelo mundo, causando pânico e a morte de milhões de pessoas. A humanidade corre contra o tempo para tentar descobrir uma forma de sanar a tal doença. Poderia ser, facilmente, a sinopse de um filme de ficção científica que assistiríamos na segunda-feira, à noite, nos canais abertos. Porém, a descrição é uma forma resumida de contar a situação real que estamos vivendo no planeta.

É um cenário fílmico. E, se caso fosse um roteiro de cinema, haveria uma grande equipe por trás da obra que chegaria às telas. Na vida real não é diferente! Desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPIN) no final de janeiro deste ano, em decorrência à pandemia do Covid-19, protagonistas de diversos ramos têm tentado desenvolver o melhor papel nas áreas de atuação.

No Brasil, o cinema nacional e a saúde pública são garantidos pela Constituição Federal e ambos setores enfrentam polêmicas. Enquanto a cultura teve que se reinventar, enclausurada, as políticas públicas que prezam pela sanidade da população tiveram que se organizar e ganhar mais força. O drama acontece ao vivo e os intérpretes não devem parar. A qualquer momento podem ter que improvisar uma nova cena.

O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) é um dos atores que se ajustou para seguir o script. Órgão responsável pelo controle externo das finanças no Estado, o TCE mineiro cumpre também um papel pedagógico para os jurisdicionados, que devem prestar contas de como empregam o dinheiro público.

Há mais de uma década realizando o Encontro Técnico: TCEMG e os Municípios em diversas cidades do Estado, o Tribunal se reinventou e exibiu hoje, 10 de novembro, o segundo ciclo de debate do evento em forma on-line, com o tema "a atuação do controle em tempos de pandemia".

O primeiro dia da edição virtual aconteceu em 6 de novembro e contou com a presença de gestores e técnicos do Tribunal, debatendo temáticas relevantes sobre a área da saúde no cenário de pandemia.

Convidado para dirigir e mediar os palestrantes, o conselheiro Sebastião Helvecio, dedicou o evento a Hesio Albuquerque Cordeiro, médico e sanitarista, que faleceu no último domingo, 8 de novembro, com 78 anos. Hesio é o responsável pela fala "Transformem os atos médicos lucrativos em um bem social gratuito à disposição de toda a população" e um dos artistas principais pela criação do Sistema Único de Saúde (SUS), sucesso de bilheteria no Brasil.

A carta-manifesto A questão democrática na área da saúde, assinada por Hesio junto de dois colegas em 1976, serviu de base para a criação do SUS e pela inserção da saúde gratuita como garantia à toda população. O Sistema foi instituído pela Constituição de 1988, no artigo 196, garantindo o direito à saúde a todos os cidadãos. A Lei nº 8.080, de 1990, determina que é obrigação do Estado a manutenção desse dever.

Participações especiais

O servidor do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Luciano Moreira de Oliveira, foi convidado para falar sobre A atuação municipal no contexto da Região de Saúde. Coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAO-Saúde), Luciano, falou como o planejamento é um fator determinante para o setor público, principalmente em uma cenário de pandemia. “O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públicos, regulamentado pelo Art. 37, §1, do Decreto 7508/11. O objetivo do planejamento é a melhoria do nível de saúde da população”, disse.

Segundo Luciano, estamos passando por uma situação inédita para a geração. O momento de incerteza e volatilidade gera aflição no gestor. “Tivemos problemas atípicos do mercado de insumos para a assistência à saúde, como a falta de medicamentos, aparelhos respiradores e até álcool em gel. A principal orientação aos gestores é manter a transparência e documentação de todo esse cenário e cumprir as orientações dos Planos de Contingências”.

Luciano apresentou os Planos de Contingência Nacional, Estadual e o de Belo Horizonte, utilizado como um documento assessório e complementar ao de Minas Gerais. Os Planos de Contingência são criados para atender a emergências, orientam aos gestores quais ações devem ser feitas e propõe respostas eficazes à população.

O superintendente central de Compras Governamentais da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG), Rafael Mayrink Ferreira, contou que, para facilitar o enfrentamento à pandemia causada pelo novo coronavírus, a Secretaria dividiu Minas Gerais em cinco regiões. Convidado para explicar sobre as Políticas de compras estaduais e os benefícios às políticas de saúde municipais, Rafael comentou como a logística de assistência farmacêutica teve que mudar durante o surto, pois tem caráter urgente.

A entidade encontrou o desafio de lutar contra os preços do mercado que subiram devido à grande demanda e ainda não deixar de atender às procuras cotidianas de medicamentos e outros artigos, como fraldas, bolsas ostomia, colostomia, urostomia e curativos, preservativos, gel lubrificantes íntimos.
Para auxiliar no combate à pandemia, a SEPLAG criou o programa Protege Minas, com o objetivo de apoiar as cidades e hospitais filantrópicos, que passam dificuldades na aquisição de equipamentos de proteção individual para uso dos agentes e profissionais da saúde. Entre as estratégias, a Secretaria aumentou a quantidade de insumo para municípios, a atratividade das compras estaduais e a atração de empresas para instalação em Minas.

A palestra de encerramento ficou por conta da auditora geral da Controladoria Geral do Estado (CGE-MG), Luciana Cássia Nogueira, que falou sobre a atuação do Controle Interno na aplicação dos recursos da saúde. “É um ano desafiador. Estamos nos reinventando e focando em trabalhos que agregem valor a gestão”, afirmou.

A primeira ação que a CGE realizou em confronto ao Covid-19 foi uma consultoria para identificação de riscos nas contratações emergenciais relativas ao combate. A instituição também teve acesso à plataforma Due Diligence, que cruza dados públicos de pessoas físicas e jurídicas a fim de realizar verificação preliminares sobre proponentes e fornecedores de modo a identificar, previamente às contratações, situações que poderiam ocasionar problemas para a gestão.

A Controladoria também investiu em parcerias, orientações e monitoramento de processos de contratação e da execução orçamentária e financeira das despesas relativas ao corona. Outro atividade foi a continuidade das capacitações de gestores em gerenciamento de riscos.

Aplausos de pé

Com o fim das apresentações e antes que os participantes respondessem aos questionamentos do público, o conselheiro Sebastião Helvecio, médico de formação e doutor em Saúde Coletiva, fez questão de aplaudir e agradecer os colegas de profissão, da área da saúde, pelo trabalho que têm prestado a favor da população.

O filme, digo, o evento foi transmitido pelo canal TV TCE, no YouTube e foi assistido por cerca de 3,3 mil pessoas. Além de jurisdicionados mineiros, estados como Tocantins, Bahia e Goiás também acompanharam as palestras.

O Encontro Técnico virtual, realizado pela Escola de Contas e Capacitação Professor Pedro Aleixo, chegou ao fim. Porém a trama, que por vezes parece um enredo de terror, ainda não acabou. O que nos conforta é saber que há verdadeiros artistas que estão trabalhando para termos um final feliz.


Leia aqui a matéria sobre o primeiro dia do evento.

Assista abaixo, na íntegra, a apresentação:





Fred La Rocca | Coordenadoria de Jornalismo e Redação