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CNPTC apresenta estudo sobre Teletrabalho em tribunais de contas

13/05/2021

Apesar de já estar em funcionamento há quatro anos no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), a técnica de Teletrabalho deixou de ser uma exceção para se tornar praticamente uma regra no último ano, em decorrência do distanciamento social. Por esse motivo, o Conselho Nacional dos Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC) apresentou hoje, 13 de maio, o resultado de um trabalho desenvolvido com 97% das Cortes de Contas do sistema de Controle Externo do país.

O presidente do TCE mineiro, conselheiro José Alves Viana, participou da reunião virtual. Com o objetivo de mostrar a conclusão levantada com as respostas recebidas através de um formulário eletrônico, a pesquisa teve a preocupação de avaliar as sensações que os servidores têm experimentado. A aplicação do questionário foi realizada entre os dias 8 e 14 de março e atingiu 37% de servidores e comissionados em tribunais de contas.

O objetivo do estudo foi identificar questões relacionadas ao teletrabalho na pandemia da Covid-19 para subsidiar a elaboração de diretrizes para essa modalidade de trabalhos nos TCs. A aplicação da pesquisa teve direção da coordenadora do Comitê de Gestão de Pessoas - IRB e Analista de Controle do TCEPR, Adriana Loro. A consolidação dos dados foi feita pela equipe do TCE-ES, auditores de controle externo Fábio Vargas Souza, Bianca Sandri e a analista administrativo Isabela Pylro. O Comitê de Gestão de Pessoas do CNPTC é presidido pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Município de Goiana Joaquim de Castro.

Durante a reunião, a Diretora de Gestão de Pessoas do TCE de Minas, Leila Renault, foi uma das gestoras lembradas e parabenizadas pelo trabalho desenvolvido nesse período de pandemia.

Após um anos de trabalho remoto obrigatório, o grupo entendeu que seria importante ouvir quais são as lembranças de antes da pandemia, como tem sido o distanciamento e quais sãos as expectativas dos servidores. A pesquisa identificou as necessidades dos funcionários para adaptação à nova condição de trabalho, assim como as habilidades necessárias aos gestores para lidar com a força de trabalho virtual.

O questionário foi dividido em módulos e trazia mais de 90 perguntas. Segundo a pesquisa, 79% dos respondentes estão totalmente em home office e 50% têm acompanhamento diário da chefia.

Os servidores afirmaram, pelas respostas, que a experiência do isolamento tem sido cansativa, porém estão conseguindo conciliar as tarefas familiares e de trabalho sem nenhum prejuízo. 52% sentem falta de interação humana com os colegas de trabalho e têm buscam exercícios físicos, filmes, jardinagem, instrumentos musical, culinária, práticas religiosas, bebidas alcoólicas, yoga, acupuntura, entre outras atividades para driblar o isolamento e manter a mente sã.

Entre as competências que foram desenvolvidas durante a pandemia, as opções mais escolhidas foram a visão sistêmica, atualização em sistemas de informação e aplicativos, administração do tempo e resiliência. 80,40% querem continuar em trabalho remoto após fim da pandemia, sendo que 91% dos respondentes nunca haviam tido essa oportunidade antes do isolamento obrigatório.

Os idealizadores do trabalho afirmaram que a pesquisa foi feita pensando na felicidade e realização pessoal das pessoas, mostrando preocupação com a saúde mental dos servidores. Somente 3% dos respondentes não enxergam o teletrabalho como uma opção permanente.

Somente 1% acredita que deve haver uma revisão ou implementação de teletrabalho, porém, 74% acreditam na importância da ampliação de cursos à distância oferecidos pelas escola de contas, visando a importância do isolamento e a facilidade que as novas tecnologias agregam até para diminuir distâncias.

O presidente do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), conselheiro Rodrigo Chamoun, ressaltou a importância do limite de horário, mesmo que seja em um sistema híbrido (entre presencial e remoto). Manter o mesmo padrão de expediente e organização na escala é importante até mesmo para garantir que todos os funcionários estejam disponíveis durante o expediente, ao mesmo tempo. Entusiasta do trabalho remoto, Chamoun afirmou que o TCE capixaba teve uma economia 20% e que a Escola de Contas capacitou 32 mil pessoas sem custo de deslocamento ou hospedagem, nesse período.

Apesar de estarmos passando por um momento atípica, um desafio apresentado, caso a corte de contas decida manter o regime de trabalho remoto, foi a forma para se aferir a produtividade de trabalho dos servidores que estão exercendo as funções de casa. O comitê da CNPTC garante que existem formas de medir com precisão o rendimento e que é importante respeitar as demandas de cada área diferente. Em execução desde 2017, o programa de Teletrabalho do TCE mineiro pede que os servidores superem em 20% as metas das atividades presenciais.

Os participantes alertaram que, apensar de todos os benefícios, como economia de energia do Estado, menos carros nas ruas, flexibilização de horário, qualidade de vida, entre outros apontamentos, é necessário ter infraestrutura adequada, acesso a recursos tecnológicos, acompanhamento assíduo dos gestores e ampliação de oferta de capacitação na modalidade à distância.

O trabalho é uma iniciativa do Instituto Rui Barbosa (IRB), contou com o apoio do Comitê de Gestão de Pessoas dos Tribunais de Contas do Brasil e foi coordenado pela Escola de Contas Públicas do Espírito Santo. O próximo passo é criar uma Diretriz Nacional sobre Teletrabalho que poderá ser utilizada por todos os tribunais de contas interessados.

A reunião completa pode ser assistida aqui.

Em fevereiro de 2020, um pouco antes de ser decretado estado de pandemia do vírus Covid-19, 30 servidores do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) já haviam aderido ao programa de Teletrabalho. Para entender melhor como essa técnica funciona, uma equipe da TV TCE visitou alguns servidores no ambiente de home office. A matéria está disponível no canal do YouTube. Ainda não assistiu? Clique aqui!

Fred La Rocca | Coordenadoria de Jornalismo e Redação