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Símbolo de Belo Horizonte passa por auditoria do TCEMG

17/08/2021

Turistas aproveitam paisagem da Lagoa da Pampulha

Um dos principais cartões postais de Belo Horizonte tem sido tema de uma auditoria operacional realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) e não é pela vista encantadora. Há muitos anos a poluição da Lagoa da Pampulha, situada em Belo Horizonte, não sai da pauta de assuntos discutidos pelas entidades públicas responsáveis pela questão.

A lagoa integra o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, desenhado por Oscar Niemeyer e colocado em execução pelo engenheiro Joaquim Cardozo. O lago artificial foi idealizado pelo prefeito, à época, Otacílio Negrão de Lima, em 1936, com o objetivo de diminuir as enchentes na região e abastecer parte da cidade. A obra, no entanto, só foi concluída sete anos mais tarde com Juscelino Kubitschek à frente do município. Desde 2016, a área tem o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, pelo Organização das Nações Unidas, a Unesco.

O ponto turístico já foi frequentado por banhistas, porém nas décadas de 1960 e 1970, a Lagoa passou a receber um volume cada vez maior de esgotos sanitários, vindo das residências do entorno e de casas mais distantes, por meio de seus afluentes, acumulando cada vez mais sedimentos na superfície da água. Com o decorrer dos anos, a situação se tornou irreversível e até foi interrompido o uso do manancial para abastecimento público de água, principalmente pelo aparecimento de cianobactérias, as algas azuis.

A finalidade do trabalho é avaliar, sob a perspectiva da governança multinível, em que medida as ações de recuperação e de despoluição da Lagoa da Pampulha e respectivo entorno têm sido eficazes e efetivas, atingindo parâmetros de equidade e transparência, e permitindo-se, enfim, a promoção da accountability.

Na última quinta-feira, 12 de agosto, os setores responsáveis pelo trabalho se reuniram de forma virtual para fazer a validação da matriz de achados por meio do painel de referência junto a especialistas convidados. O Painel de Referência foi aberto pela diretora de Controle Externo dos Municípios do TCEMG, Heliana da Costa Ravaiani Brum e os trabalhos foram contextualizados pela Assessoria de Métodos Heloísa Helena Nascimento Rocha, seguindo-se a apresentação dos achados pelos analistas de Controle Externo Marck Carvalho Leão, Pedro Augusto Ferraz de Melo Vieira, Leonardo Santos Camargos Rocha, Pedro Henrique Campos Costa e Adnei Esteves de Macedo. A mediação ficou a cargo da coordenadora de Fiscalização e Avaliação da Macrogestão Governamental de Belo Horizonte e da auditoria, Denise Maria Delgado. A auditoria conta também com a participação da Diretoria de Fiscalização de Matérias Especiais.

O painel de referência contou com um time de peso entre os especialistas convidados. Participaram Léo Heller, pesquisador no Instituto René Rachou, unidade da Fundação Oswaldo Cruz em Minas Gerais – Fiocruz Minas; Maria Clara Vieira Martins Starling, doutora em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos; Paulo Gomes Gonçalves, auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU); Apolo Heringer Lisboa é médico sanitarista, escritor e professor universitário, reconhecido pela criação do Projeto Manuelzão, de despoluição do Rio das Velhas; Alessandra Giani, bióloga de formação, mestre em Ecologia pela Universidade de Brasília e doutora em Hidrobiologia-Limnologia, na Alemanha; Frederico Poley Martins Ferreira é pesquisador na Fundação João Pinheiro, professor da UFMG e já ocupou cargos de gestão em órgãos público; Silvia Maria Alves Corrêa Oliveira é professora associada do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG, graduada em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos; e Nilo de Oliveira Nascimento, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG.

A coordenadora Denise Delgado explicou que a matriz de achados é um instrumento que permite estruturar os principais elementos obtidos durante a execução da auditoria, bem como as propostas de recomendações e determinações. A validação da matriz por meio de um painel de referência permite se discutir com especialistas a coerência da matriz apresentada, as principais conclusões da auditoria, a suficiência e qualidade das evidências coletadas, a adequação das análises realizadas e a pertinência das propostas de encaminhamento.

Então, o passo seguinte é validar as descobertas por meio de um painel de referência junto com os especialistas convidados. Eles são convidados para debater com a equipe de analistas as principais conclusões da auditoria, a suficiência das evidencias coletadas, a adequação das análises realizadas e a pertinência das propostas de encaminhamento. “Funciona como um controle de qualidade”, resumiu Denise.

A próxima fase da auditoria consiste na validação da matriz de achados pelos gestores em reunião de encerramento com os responsáveis.


Fred La Rocca | Coordenadoria de Jornalismo e Redação