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Conselheiro Mauri Torres se despede de TCEMG

23/04/2025

(Foto Daniele Fernandes)

A Sessão do Tribunal Pleno do dia 23 de abril de 2025 foi marcada pela despedida de Mauri Torres do Tribunal de Contas de Minas Gerais. O presidente do TCE mineiro, conselheiro Durval Ângelo, se negou a dizer que o colega está se aposentando, já que “aposentar é para aquele que se afasta das atividades, que se recolhe a sua vida privada e coloca um ponto final na atividade pública”, conceituou. Para Durval, após os 14 anos exercendo o cargo de conselheiro, Mauri se jubila, porque “jubilado é aquele que continua ainda atuando na sua atividade profissional e continua produzindo, contribuindo com conselhos e ensinamentos”. “Vamos continuar aproveitando de toda sabedoria ainda por muitos e muitos anos, porque disposição, interesse público e vontade, ele continua tendo”, saudou o amigo.

Durval lembrou a trajetória de Mauri, quando se conheceram, ainda jovens, e o conselheiro aposentado atuava na Pastoral Operária Católica de João Monlevade. Os dois ainda se encontraram, anos mais tarde, na Assembleia Legislativa do Estado, como deputados, e colegas no Tribunal de Contas. “A palavra do Mauri sempre é de conciliação, de consenso, de entendimento, seguindo a velha estirpe da mineirice”, contou o presidente.

Outra característica observada pelos colegas de Mauri é a forma como o conselheiro valorizava a autonomia dos municípios. O conselheiro-substituo Adonias Monteiro ressaltou que o municipalismo, em que ocorre a execução das políticas públicas é fundamental para o bem-estar do cidadão. “Polido e conciliador”, resumiu o conselheiro-substituto Hamilton Coelho ao se despedir do colega. Já o conselheiro Gilberto Diniz destacou que Mauri, apesar de ser discreto, fez um trabalho agregador de pessoas em torno de ideias em prol do interesse público

O conselheiro-substituto Telmo Passareli agradeceu ao conselheiro Mauri Torres pela recepção quando tomou posse no TCE. “Um grande mestre! Foi a primeira autoridade que tive contado quando nesse Tribunal ingressei”, recordou. Passareli também parabenizou Mauri pela forma como ele conduziu os trabalhos do Tribunal durante a pandemia de Covid-19, “permitindo que o TCE continuasse funcionando, fiscalizando, exercendo todas as atividades, mesmo naquela época difícil”.

“De poucas e bem medidas palavras, paciente na escuta, adepto da conversa presencial, de contato visual e avesso a comunicações à distância”, pontual o subprocurador-geral do Ministério Público de Contas, Daniel de Carvalho. “O conselheiro Mauri é um exemplo para nós que atuamos na vida pública e para aqueles que pretender atuar”, disse.

Enlutado pelo falecimento do Papa Francisco, o presidente Durval Ângelo citou uma frase do Pontífice, em homenagem ao colega Mauri: “Somos portadores de uma grande riqueza, que depende daquilo que somos: da vida recebida, do bem que há em nós, da beleza intangível com que Deus nos dotou, porque fomos feitos à Sua imagem, cada um de nós é precioso a Seus olhos, único e insubstituível na História”, finalizou

Biografia

Mauri José Torres Duarte exerceu o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas mineiro por 14 anos, chegando a ser presidente por duas vezes, nos biênios de 2019/2020 e 2021/2022, quando reassumiu a cadeira da presidência para substituir o colega José Alves Viana, que se afastou por motivos de saúde.

Natural da cidade de Guararema, Interior de São Paulo, Mauri passou a infância em Nova Era e João Monlevade, onde iniciou a vida profissional como contínuo na prefeitura. Pouco tempo depois, Torres se tornou chefe do Setor de Contabilidade e se manteve no cargo até a década de 1980.

Já reconhecido pelas atividades executadas nos municípios, em 1990 elegeu-se pela primeira vez deputado estadual, cargo que ocupou por 20 anos, sendo eleito seis vezes seguidas. Em 2003, Mauri foi eleito presidente da Assembleia, com uma gestão em defesa da transparência, austeridade e participação popular. No ano seguinte, foi reeleito para o biênio 2005/2006, tornou-se o primeiro presidente a cumprir dois mandatos seguidos.

Em 2011, foi nomeado Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais.