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Falta de profissionais ameaça qualidade da alimentação escolar em Minas

21/10/2025

Foto: Agência Brasília/Arquivo

Em diversas regiões do estado, os alunos até recebem refeições nas unidades de ensino. Porém, em algumas isso acontece sem a presença de profissionais responsáveis pela comida dos estudantes – , tais como cozinheiros e cozinheiras; merendeiros e merendeiras; e auxiliares de cozinha.
 
Na microrregião de Uberaba, por exemplo, 51% das matrículas estão em escolas sem esses trabalhadores e trabalhadoras. Em Araçuaí e Teófilo Otoni, os percentuais também são altos: 48% e 46%, respectivamente.
 
As informações são do estudo “Segurança alimentar nos municípios de Minas Gerais: análise de governança, adesão a programas e infraestrutura”, da série “Conhecer para Fiscalizar”, produzido pela Diretoria de Fiscalização Integrada e Inteligência (Suricato) do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG). O documento traz um recorte da segurança alimentar e nutricional nos municípios do estado de Minas Gerais.
 
De acordo com o relatório, este é um problema que exige planejamento de pessoal e capacitação técnica, especialmente para pequenos municípios, que enfrentam restrições orçamentárias.
 
“A ausência desses profissionais pode impactar negativamente na qualidade nutricional das refeições e na segurança alimentar dos estudantes”, alerta o estudo. Eles e elas são cruciais para “assegurar a qualidade no preparo das refeições, assim como para a elaboração de cardápios balanceados e na supervisão das boas práticas de higiene e manipulação de alimentos”.


Vale ressaltar que apenas duas microrregiões – de um total de 66 – possuíam, em 2024, profissionais da alimentação em todas as suas escolas municipais. São elas: Curvelo e Conceição do Mato Dentro.

Despensas e cozinhas

Faz diferença, também, a existência de infraestrutura adequada para armazenamento dos alimentos utilizados na merenda dos estudantes. Uma despensa, conforme o relatório, "contribui para a preservação da qualidade, reduzindo riscos de contaminação e desperdício", além de favorecer a gestão e utilização eficiente dos recursos repassados via Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). 

A inexistência das despensas foi observada em algumas microrregiões, com o pior resultado na de Caratinga: 24,87% das matrículas em locais onde não há o espaço. Resultados ruins verificados ainda em Aimorés (21,81%), Capelinha (21,65%), Conceição do Mato Dentro (18,78%) e Januária (18,77%). 


Apesar de todas as microrregiões apresentarem algum percentual de ausência desse espaço, o documento faz uma ressalva sobre duas microrregiões. “Oliveira e Ituiutaba se destacam positivamente, com percentuais próximos de zero (0,36% e 0,61%, respectivamente)”.

Igualmente considerável é a existência de cozinhas nas unidades de ensino.

“É fator estruturante para a garantia da segurança alimentar, pois possibilita o preparo adequado das refeições, respeitando critérios de higiene, qualidade e diversidade nutricional”, pontua o documento. Não ter uma cozinha “compromete a autonomia da escola na execução do PNAE, podendo limitar a oferta a alimentos industrializados ou preparados externamente, em detrimento da qualidade e do valor pedagógico da alimentação”, complementa.

O maior percentual de matrículas em escolas sem cozinha está na microrregião de Conselheiro Lafaiete (11,13%), seguida por Ponte Nova (8,6%), Aimorés (7,27%), Juiz de Fora (4,19%) e Mantena (2,31%). O resultado inferior a 1% foi observado em 14 das 66 regionais. Nas outras 46 micro, todas contam com cozinha na estrutura das escolas municipais.

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