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Experiência da Mesa de Conciliação do TCEMG é apresentada em congresso internacional na Bahia

26/09/2025

Presidente Durval Ângelo e consultor-geral João Alves participam de congresso internacional, em Salvador
A experiência pioneira do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) com a Mesa de Conciliação e Prevenção de Conflitos foi apresentada em painel especial do II Congresso Internacional Diálogos Humanistas, realizado em Salvador (BA), entre os dias 24 e 27 de setembro de 2025. O evento reuniu especialistas, professores, conselheiros e juristas de diversas instituições brasileiras e estrangeiras para debater os desafios contemporâneos do controle público, da governança e da promoção de direitos em uma perspectiva jurídica, tecnológica, ambiental e humanitária.
 
A mesa de debates contou com a participação do presidente do TCEMG, conselheiro Durval Ângelo, que apresentou a trajetória e os resultados alcançados com a Mesa de Conciliação, criada em 2025 como instrumento de transformação do controle em resultados concretos para a sociedade. A experiência foi debatida ao lado de iniciativas desenvolvidas pelo Tribunal de Contas do Estado da Bahia, representado pelo conselheiro Inaldo da Paixão Santos Araújo, e pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, representado pelo conselheiro Nelson Pelegrino.
 
Durante sua exposição, Durval Ângelo destacou que a Mesa de Conciliação tem se consolidado como um mecanismo inovador de mediação institucional, permitindo que conflitos complexos sejam resolvidos por meio do diálogo e da cooperação entre gestores públicos e órgãos de controle. Segundo ele, a iniciativa reforça a missão pedagógica e transformadora dos Tribunais de Contas ao promover eficiência administrativa, segurança jurídica e resultados sociais efetivos.
 
Entre os casos apresentados, o presidente citou a atuação do Tribunal no processo que viabilizou a abertura do Hospital Regional de Teófilo Otoni (HRTO), obra estratégica para o atendimento de mais de 1,5 milhão de pessoas nos Vales do Mucuri, Jequitinhonha e parte do Rio Doce. O acordo, construído na Mesa de Conciliação, resultou no repasse de R$ 127,5 milhões provenientes do acordo judicial da tragédia de Brumadinho, destinados à aquisição de equipamentos e à finalização da estrutura hospitalar. A unidade contará com 432 leitos, além de centro obstétrico, centro cirúrgico e unidades de terapia intensiva adulto e neonatal.
 
Durval também relatou que a Mesa foi acionada recentemente em um processo envolvendo a concessão de rodovias estaduais, em que a licitação foi suspensa pelo Tribunal em razão de questionamentos técnicos e jurídicos. Após debate judicial, o Governo de Minas Gerais solicitou que a controvérsia fosse tratada no âmbito da Mesa de Conciliação, demonstrando a confiança crescente no modelo como espaço legítimo para a construção de soluções consensuais em questões de grande impacto econômico e social. A conciliação encontra-se em fase inicial de instalação.
 
Além do caráter resolutivo, o presidente ressaltou a dimensão educativa da Mesa de Conciliação, que tem possibilitado a formação de gestores públicos e agentes políticos para o diálogo institucional e a construção conjunta de soluções. “A conciliação também educa. Ao sentarem à mesa, gestores e órgãos de controle aprendem a construir soluções cooperativas, fortalecendo a boa administração e reduzindo a litigiosidade”, afirmou.
 
A mesa-redonda teve ampla participação de professores, juristas e pesquisadores que estudam a atuação dos Tribunais de Contas no Brasil e no exterior, reforçando a importância do intercâmbio de experiências e da construção coletiva de soluções inovadoras para os desafios contemporâneos do controle público.
 
Para Durval Ângelo, a presença dos Tribunais de Contas em eventos internacionais como este reafirma o papel dessas instituições na defesa da democracia e na promoção da justiça social. “Transformar controle em resultado é mais do que um lema institucional. É uma missão que nos inspira a aproximar o controle externo da vida concreta das pessoas e a assegurar que cada recurso público se converta em políticas que melhorem a vida da população”, concluiu.
 
Ao final do encontro, foi registrado ainda a participação do consultor-geral do TCEMG, João Alves de Souza Júnior, que contribuiu com reflexões sobre os fundamentos jurídicos e os impactos institucionais dos métodos consensuais na atuação dos Tribunais de Contas.