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Jornada de Contabilidade Pública registra participantes de 144 municípios mineiros em três dias de palestras e capacitação

24/09/2025

O diretor de Controladoria Interna do Tribunal, Henrique Quites, abriu a palestra final da programação - Foto: Thiago Rios Gomes/TCEMG
Estruturação do Controle Interno nos municípios. Este foi o tema da palestra que fechou a 11ª Jornada de Contabilidade Pública, apresentada pelo diretor da Controladoria Interna do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), Henrique Quites. Na oportunidade, ele falou sobre o cenário nacional dos controles internos no país, traçado a partir de pesquisas realizadas tanto pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), quanto pelo Banco Mundial e o Conselho Nacional de Controle Interno (Conaci).
 
"A partir desse diagnóstico, podemos constatar que há uma baixa estruturação dos órgãos de controle, especialmente na região Sudeste, onde há o pior nível das controladorias municipais", afirmou. "E isso, principalmente, por causa dos estados de Minas Gerais e São Paulo, dado o número elevado de municípios e também o número elevado de municípios pequenos, com baixa estruturação das unidades centrais de controle interno (UCCIs)", destacou o diretor.
 
Os desafios também são evidenciados pela disponibilidade de profissionais nesta área.
 
"No diagnóstico nacional da Atricon, cerca de 50% dos respondentes apontaram que as unidades de controle interno de quase metade dos municípios brasileiros são compostas por euquipes, isto é, somente uma pessoa trabalhando no setor", detalhou o diretor.
 
Já no estudo do Banco Mundial e do Conaci, foi evidenciado que menos de 3% das UCCI possuem alto nível de estruturação. Além disso, a falta da estrutura é realidade em cerca de 25% dos municípios brasileiros e, ainda, que 83% contam com equipes com cinco funcionários ou menos.

Suporte pedagógico

Como ações de apoio, citou Quites, o TCEMG tem buscado auxiliar os municípios mineiros com maior carência de estrutura dessas unidades.
 
Uma delas foi a recente realização do seminário "Controles internos e desafios na gestão", com compartilhamento de experiências e boas práticas. Além disso, destaque para a execução do Programa de Aceleração de Crescimento dos Controles Internos Municipais.
 
"O programa está em curso inicial. Nele, a Controladoria do Tribunal funciona como uma incubadora, por meio de ações de mentoria. Dadas as nossas limitações até de pessoal, estamos começando com dez controles internos municipais para auxílio nessa estruturação", explicou.

O analista do TCEMG João Gabriel Alves falou da estruturação das unidades e seus benefícios - Foto: Thiago Rios Gomes/TCEMG

 
A região escolhida para o apoio estruturado foi o Semiárido Mineiro, que está entre os eixos prioritários do plano estratégico da atual gestão do TCEMG. Para conferir a lista de municípios definidos para este suporte do programa, clique aqui.
 
Na prática
 
Em seguida, o analista do TCEMG João Gabriel Alves abordou aspectos práticos do funcionamento das controladorias internas e seus benefícios para os cidadãos, municípios e as próprias administrações públicas.
 
Alves falou, por exemplo, da estruturação das unidades, a partir de diretrizes e orientações do próprio Tribunal, e mencionou atribuições essenciais das UCCIs, como zelar pela qualidade e independência do sistema; realizar auditorias internas periódicas e expedir recomendações; cientificar o Tribunal sobre ilegalidades não sanadas; verificar consistências do relatório de gestão fiscal; entre outras.
 
De acordo com o analista, as prefeituras que investem em controle interno geram resultados mais eficientes, abrindo novas possibilidades de aplicação do orçamento.
 
"Outro ponto que a unidade traz é o fortalecimento da gestão e a transparência, o que melhora a reputação do gestor e fortalece a confiança da população na gestão", disse. "O controle interno estruturado também consegue minimizar erros no uso de recursos públicos (despesas irregulares, superfaturamento, nepotismo etc.) e atua como indutor para a modernização administrativa", elencou Alves, entre outros destaques.O analista do TCEMG Filipi Assunção destacou a contabilidade como peça-chave para a boa gestão de recursos públicos - Foto: Thiago Rios Gomes/TCEMG

A mera criação do órgão, contudo, não basta, conforme enfatizou o analista do TCEMG.
 
"Se não tivermos o apoio do gestor máximo, a gente pouco anda. A unidade de controle pode até estar formalmente instituída, mas pouco se conseguirá fazer. Portanto, não é só a criação, mas a implantação e a efetividade desse controle", ponderou. 

Contabilidade na gestão pública

Outra palestra do TCEMG na Jornada de Contabilidade Pública foi sobre “Qualidade da informação contábil e auditoria financeira”, com o analista de Controle Externo Filipi Assunção. Na oportunidade, ele destacou a contabilidade como peça-chave para a boa gestão dos recursos públicos, especialmente em um cenário de escassez financeira, desafio recorrente para as administrações nos níveis municipal, estadual e federal.

De acordo com Assunção, informações contábeis úteis e fidedignas são fundamentais para que gestores e órgãos de controle possam tomar decisões corretas. O analista lembrou ainda que, em Minas Gerais, são 853 municípios com alto grau de responsabilidade na gestão pública e que a saúde financeira dessas administrações impacta diretamente a vida de milhares de pessoas.

“Vejam o dever que a contabilidade tem de informar sempre dados tempestivos, úteis, para que todos os interessados e agentes públicos possam tomar as melhores decisões dentro do contexto em que estão inseridos”, ressaltou. “Se eu tenho a contabilidade boa, tenho subsídios, não para tomar decisões que agradem, mas para tomar as decisões que são necessárias e adequadas”, enfatizou.

Para o especialista, a auditoria financeira é um instrumento que garante maior confiabilidade a essas informações, aumentando a transparência e fortalecendo a confiança da população.

“A gente está gerindo o bem do outro, para servir e fazer o bem pelo outro. Então, quem é nosso principal interessado, principal público-alvo? A sociedade. E ela tem que se beneficiar disso. Temos que ter mais transparência para ela”, disse. “Lembrem-se: tudo, no final das contas, recai em dinheiro, em recursos. E é a contabilidade que estuda patrimônio para reportar a situação”, afirmou.

Filipi ressaltou, ainda, a importância do controle interno como ‘braço’ para apoio na realização das auditorias financeiras.

O diretor da Escola de Contas, professor Rodrigo Marzano, fez a mensagem de encerramento - Foto: Thiago Rios Gomes/TCEMG“Hoje, em cada órgão federal que tem uma controladoria setorial, é dela a missão de emitir um certificado, um relatório de auditoria, uma opinião sobre as demonstrações contábeis”, pontuou. “A gente sabe que talvez esteja ainda incipiente essa atividade de auditoria financeira [pelo controle interno], mas a ideia do Tribunal é também trabalhar nesse sentido de educação e colaboração”, acrescentou.

Ao longo desta quarta-feira (24/9), também foram abordados os seguintes temas: "Transferegov: Desburocratização e Agilidade nas Relações com Municípios e Estados"; "Economia de tempo com Inteligência Artificial na Contabilidade"; "Responsabilidade dos Gestores Públicos na Prestação de Contas: O que prefeitos e Contadores precisam saber" e, ainda, "Governança Colaborativa: O Papel dos Consórcios Públicos na Nova Administração Pública".

Encerramento

Em nome da presidência do TCEMG, o diretor da Escola de Contas e Capacitação Professor Pedro Aleixo, Rodrigo Marzano, fez a mensagem de encerramento ao lado da presidente da Associação Mineira de Contadores Públicos (AMCP), Glória Rodrigues.

"Os números dessa jornada falam por si só. Totalizamos uma participação excepcional nos três dias, com a honra de receber 144 cidades mineiras e também um município do estado do Rio de Janeiro", destacou Marzano. "Essa Jornada reafirma o papel fundamental da Escola de Contas e da AMCP na capacitação e aperfeiçoamento dos profissionais da gestão pública", completou.

"A gente tem a certeza, quando vê tantas pessoas presentes, que capacitação é mesmo o caminho para melhorar serviços públicos, melhorar o trabalho dentro das prefeituras", afirmou Glória Rodrigues. "A gente pode melhorar bastante coisa na nossa administração, na vida da comunidade. E que venha a 12ª edição!", finalizou a presidente da AMCP.

A 11ª Jornada de Contabilidade Pública foi realizada em parceria pelo TCEMG, por meio de sua Escola de Contas, pela AMCP e pelo Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRCMG). Durante três dias, foram discutidos importantes temas relacionados à gestão pública e o aprimoramento das atividades administrativas municipais.

Acesse a página oficial do evento clicando aqui.

Confira, a seguir, galeria de fotos:

Décima Primeira Jornada de Contabilidade Pública